Na foto do globoesporte.com o time de 2008
O são-paulino se acostumou a viver de títulos e mais títulos no período entre 1991 e 2008. Foram 04 campeonatos brasileiros, 03 Libertadores, 03 Mundiais, 05 Paulistas e outros tantos de menor importância. Mas desde 20008 a fonte de conquistas secou. Nos últimos 11 anos ganhou apenas a Sul Americana, uma espécie de segunda divisão do futebol de nosso continente. Isso foi em 2012. Os tricolores mais sensatos nem comemoraram.
E foi em 2008 quando ganhou de maneira inédita o tri-campeonato seguido do Brasileirão que o São Paulo passou a se chamar de Soberano.
Depois disso o clube, sinônimo de organização diretiva e de conquistas futebolísticas, só teve problemas. Presidente afastado (Carlos Aydar), uma infinidade de jogadores de terceira linha sendo contratados (Thomaz e Sidão) para lembrar apenas dois, lavagem de roupa suja pela imprensa e derrotas e mais derrotas para em torneios disputados. Nunca ganhou do Corinthians e nem do Palmeiras em seus novos estádios. Parece praga de torcedores rivais né?
E nesse período de 11 anos, foi eliminado dezenas de vezes por times pequenos. Bragantino, Ponte Preta, Penapolense, Audax, Colón e Talleres já deixaram o São Paulo pelo caminho.
Ontem sem nenhuma surpresa aconteceu mais uma eliminação. Está fora da Copa do Brasil. Perdeu os dois jogos para o Bahia. E não foi surpresa e nem zebra. O Bahia jogou melhor as duas partidas.
Em 2019 já foram 03 campeonatos perdidos: Libertadores paulista e Copa do Brasil. Sobrou o longo campeonato nacional. Terá força o “Soberano” para ganha-lo?
Já passou da hora do Tricolor calçar as sandálias da humildade.
Ao vencer – de novo – o São Paulo ontem a noite pelo campeonato brasileiro, Fábio Carille só ratificou sua supremacia sobre os três principais rivais do futebol paulista.
Incrível e extraordinária a soberania do técnico corintiano nos clássicos.
Nem Lula nos áureos tempos do Santos FC de Pelé, nem Osvaldo Brandão com a segunda academia palmeirense, nem Vanderlei Luxemburgo em seus melhores momentos com Palmeiras, Corinthians e Santos, conseguiram tamanha vantagem nos confrontos locais.
Impressionante mesmo como Fábio Carille ganha jogos tão difíceis com até certa facilidade, como foi a vitória magra de 1 a 0 sobre o São Paulo ontem. Foi só 1 a 0, mas sem nada sofrer.
E quando perdeu algum clássico, foi em mata-mata, dando o troco jogo seguinte como fez contra São Paulo e Palmeiras no Paulistão do ano passado. E quando perde no segundo jogo, como foi esse ano para o Santos, ganha nos pênaltis.
Um predestinado. Outro detalhe importante: desde que assumiu o time, ele disputou seis campeonatos e foi campeão em quatro deles. São três Paulista e um Brasileiro. Perdeu apenas a Copa Sul Americana e a Copa do Brasil em 2017. Isso tudo com apenas 30 meses como técnico.
Carille nunca foi eliminado por um dos três rivais em qualquer campeonato disputado.
Veja abaixo todos os clássicos e os resultados dos jogos disputados pelo Corinthians sob o comando do “Mago” Carille.
2017
0 x 0 São Paulo – Torneio da Flórida
1 x 0 Palmeiras – Paulistão
1 x 0 Santos – Paulistão
1 x 1 São Saulo – Paulistão
2 x 0 São Paulo – Paulistão
1 x 1 São Paulo – Paulistão
2 x 0 Santos – Brasileirão
3 x 2 São Paulo – Brasileirão
2 x 0 Palmeiras – Brasileirão
0 x 2 Santos – Brasileirão
1 x 1 São Paulo – Brasileirão
3 x 2 Palmeiras – Brasileirão
2018
2 x 1 São Paulo – Paulistão
2 x 0 Palmeiras – Paulistão
1 x 1 Santos – Paulistão
0 x 1 São Paulo – Paulistão
1 x 0 São Paulo (ganhou nos pênaltis) – Paulistão
0 x 1 Palmeiras – Paulistão
1 x 0 Palmeiras (ganhou nos pênaltis) – Paulistão
1 x 0 Palmeiras – Brasileirão
2019
1 x 0 Palmeiras – Paulistão
2 x 1 São Paulo – Paulistão
0 x 0 Santos – Paulistão
2 x 1 Santos – Paulistão
0 x 1 Santos – Paulistão (ganhou nos pênaltis) – Paulistão
0 x 0 São Paulo – Paulistão
2 x 1 São Paulo – Paulistão
1 x 0 São Paulo – Brasileirão
Total: 28 jogos – 16 Vitórias – 07 empates – 04 derrotas
Na foto do historiador Moacir dos Santos, Edmar comemora um gol pelo Taubaté em 1980.
Não é raro que um campeonato paulista tenha seu principal artilheiro jogando em algum time do interior.
O primeiro a conseguir essa proeza foi o atacante Téia da Ferroviária de Araraquara que em 1968 liderou a artilharia do torneio marcando 20 gols.
Três jogadores do Botafogo de Ribeirão também já foram artilheiros do Paulistão. Geraldão em 1974, Sócrates em 1976 e Chiquinho em 1984. Além deles, Kita da Inter de Limeira em 1986, Luis Fernando do América de Rio Preto em 1979 e Válber do Mogi Mirim em 1992 foram outros que também tiveram essa primazia.
O Taubaté teve o principal artilheiro do campeonato de 1980. O centroavante Edmar que depois jogaria por Guarani, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Cruzeiro, Atlético Mineiro e Palmeiras, fez 17 gols na volta do Burrão a principal divisão do futebol paulista.
Em 1987, Edmar foi de novo artilheiro do Paulistão. Fez 19 gols jogando pelo Corinthians.
Em 1989, quando foi vice-campeão, o São José teve o atacante Toni dividindo a liderança da artilharia do torneio com Toninho da Portuguesa de Desportos. Ambos marcaram 13 gols cada. Toni veio para o São José do Guarani de Campinas e logo após o Paulistão foi vendido para o Valência da Espanha.
Os últimos dois gols de Toni foram na histórica vitória por 3 a 0 sobre o Corinthians no segundo jogo da semifinal.
O São José EC recuperou-se no campeonato paulista da segunda divisão ao golear ontem a noite no Martins Pereira, o Atlético Mogi por 6 a 0. Parece placar de tênis.
Como era de se esperar, o jogo foi muito fácil para a Águia. O adversário é fraco demais. Para se ter uma ideia, com a derrota de ontem, o time do Mogi já sofreu 32 gols no campeonato e marcou apenas 5. Além dos 6 a 0 sofridos ontem, o time mogiano já levou de 6 a 1 e 5 a 0 do Amparo, de 6 a 2 do Joseense e de 4 a 1 do Paulista.
E tem um único ponto ganho, fruto do empate na segunda rodada contra o São José.
O jogo foi como se imaginava. O São José buscou os gols desde o início e conseguiu a goleada com tranquilidade. Virou em 3 a 0 e acabou 6 a 0. Podia ser até mais.
Agora o time do técnico Oliveira se prepara para o jogo contra o rival local, Atlético Joseense que será sábado dia 01 de junho.
Se vencer essa partida estará praticamente classificado para segunda fase. Mas é bom lembrar que o Atlético de São José é bem melhor, muito melhor que o de Mogi.
E também está na briga pela classificação. No primeiro turno deu Águia por 1 a 0. Aguardemos.
Bezinha é o nome carinhoso que principalmente os jogadores que nela atuam, dão ao campeonato paulista da segunda divisão (na verdade a quarta e você que me acompanha aqui já sabe disso).
Fica mais charmoso né? Mais simpático e menos depreciativo.
Bem, mas vamos ao que interessa. Os três times do nosso Vale que jogam esse campeonato estão entrando na hora da verdade. Digo isso porque não há mais tempo a se perder. Agora é o seguinte: quem sabe joga e quem não sabe vai entrar de férias.
Restam apenas seis rodadas para o fim da primeira fase deste torneio. No grupo onde estão São José, Joseense e Manthiqueira, uma vaga para segunda fase já é do Paulista de Jundiaí.
Como o Atlético Mogi é café com leite, restam 3 vagas para 5 times. Além dos 3 acima citados, temos o Amparo e o União de Mogi das Cruzes brigando por elas.
Então agora não se pode mais errar se o clube pensa em conseguir a vaga para seguir em busca do acesso. Neste sábado, 25 de maio o São José pega o lanterninha Atlético Mogi no Martins Pereira e tem que ganhar custe o que custar. E mais que a vitória ainda tem que fazer saldo de gols.
O Joseense que vem de duas boas vitórias por goleada tem parada dura fora de casa. Vai pegar o Amparo no campo deles. E o Manthiqueira de campanha sofrível até agora vai jogar em casa, em Guará, mas contra o líder e único invicto do grupo, o Paulista.
Independente de onde se vai jogar e contra quem, os 3 times precisam da vitória para não deixar a mentira tomar conta da verdade. Boa sorte para eles.
Time da final em 1979: João Carlos, Benitez, Mauro Pastor, Falcão, Mauro Galvão e Cláudio Mineiro; Valdomiro, Jair, Bira, Batista e Mário Sérgio. O técnico era Ênio Andrade.
Desde o ano de 2006 o campeonato brasileiro da Série A tem apenas 20 clubes na disputa. Número igual a de alguns campeonatos europeus. Me parece um número justo pelo tamanho do Brasil.
Mas em vários anos o número de times jogando o principal torneio de futebol do país variou e muito. Eu considero o Torneio Robertão de 1967 o primeiro campeonato nacional. A CBF entende que a Taça Brasil de 1959 foi a competição pioneira em termos de campeonatos brasileiros.
Em 1967 o tradicional Rio-São Paulo foi aumentado com a entrada de clubes de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, tornando-se um campeonato brasileiro mesmo. Foram 15 times que disputaram a competição.
Desde então, a quantidade de times em cada ano variou e muito. Já em 1968 entraram os times da Bahia e de Pernambuco, mantendo-se assim até 1970.
Em 1971 a antiga CBD, atual CBF, resolveu determinar que o Robertão passaria a ser o campeonato nacional de futebol. E fez o torneio com 20 clubes. O número de participantes foi aumentando ano após ano. Foram 26 em 1972, 40 em 1973 e 74, 42 em 1975, 54 em 1976, 62 times em 1977, 74 em 1978 e atingiu o ápice de participantes em 1979 quando 94 clubes disputaram a primeira divisão do campeonato brasileiro.
Não podemos esquecer o campeonato de 2000 chamado de Copa João Havelange que teve 114 times, mas que foram divididos em quatro módulos. Uma esculhambação.
Mas com todos jogando a mesma divisão desde o início, é o campeonato de 1979 o campeão de participantes.
E olhem que Corinthians, São Paulo, Santos e Portuguesa abriram mão de jogar o torneio que se encavalou com o campeonato paulista, que na época era mais importante até.
E por mais paradoxal que possa parecer, foi nesse campeonato gigante que apareceu o único campeão invicto até hoje do torneio. O Internacional levou a taça sem perder nenhum jogo. Como a competição era dividida por grupos e fases, o Colorado gaúcho fez apenas 23 jogos, ganhando 16 e empatando os outros 07.
Na final derrotou o Vasco da Gama em dois jogos. Fez 2 a 0 no Maracanã e 2 a 1 no Beira Rio. Paulo Roberto Facão, um gênio da bola foi o grande craque do time.
Atualmente com 20 times na disputa, cada clube faz 38 jogos.
Veja a lista dos 94 times que jogaram o campeonato em 1979 pela ordem de classificação final:
1-Internacional
2-Vasco da Gama
3-Coritiba
4-Palmeiras
5-Operário/MS
6 -Cruzeiro
7-Goiás
8-Atlético/MG
9-Vitória/BA
10-Uberlândia
11-Athlético/PR
12-Flamengo/RJ
13-XV de Novembro de Piracicaba
14-Comercial de Ribeirão Preto
15-São Bento de Sorocaba
16-Guarani de Campinas
17-Uberaba
18-Desportiva/ES
19-Londrina
20-América/MG
21-Vila Nova/GO
22-Grêmio
23-América/RJ
24-Campinense
25-CSA
26-Maranhão
27-Campo Grande/RJ
28-Grêmio Maringá
29-Joinville
30-Caldense
31-Colorado/PR
32-Brasil de Pelotas
33-Villa Nova/MG
34-Santa Cruz
35-Operário/MT
36-Leônico/BA
37-Comercial/MS
38-Botafogo/PB
39-Dom Bosco/MS
40-ASA
41-Central/PE
42-São Paulo/RS
43-Anapolina/GO
44-Mixto/MT
45-Ceará
46-Figueirense
47-Náutico
48-Gama/DF
49-Itabaiana/SE
50-Bahia
51-ABC/RN
52-Fluminense/RJ
53-Botafogo/RJ
54-Internacional de Limeira
55-Francana
56-XV de Novembro de Jau
57-Americano de Campos/RJ
58-Goytacaz
59-Juventude
60-Sergipe
61-Treze/PB
62-Atlético/GO
63-Criciúma
64-Itumbiara
65-Caxias
66-Itabuna
67-CRB/AL
68-Fluminense-BA
69-Ferroviário/CE
70-Novo Hamburgo
71-Tuna Luso/PA
72-Moto Clube/MA
73-Brasília
74-Goiânia
75-Potiguar
76-Rio Branco/ES
77-Paysandu/PA
78-Clube do Remo/PA
79-Fortaleza
80-Confiança/SE
81-Sampaio Corrêa/MA
82-Fast Clube/AM
83-River/PI
84-Piauí
85-América-RN
86-Operário-PR
87-Colatina/ES
88-Tiradentes-PI
89-Nacional/AM
90-Avaí
91-Rio Negro
92-Sport Recife
93-Chapecoense
94-Guará/DF
Faz tempo ein gente! São exatos 35 anos de ausência do EC Taubaté na principal divisão do futebol paulista.
O Burrão, tinha subido em 1979 e depois de participar de cinco torneios na hoje Série A-1, foi rebaixado em 1984 e nunca mais conseguiu voltar a elite do futebol bandeirante.
Esse período de 1979 a 1984 foi o segundo do time na A-1 em São Paulo. A primeira vez compreendeu os anos de 1955 a 1962. Portanto em 13 oportunidades o Taubaté jogou a maior divisão do campeonato paulista.
Sua melhor campanha foi no torneio de 1959 quando ficou com a sétima colocação. O Palmeiras foi o campeão daquele ano.
O rebaixamento em 1984 já se desenhou no ano anterior. O time ficou só um pontinho acima do último colocado que foi rebaixado naquele ano. Sabe quem foi esse time que caiu? Justamente seu maior rival, o São José EC.
O Burro fez 31 pontos e a Águia 30. Naquele campeonato só o pior time caia de divisão.
Mas o clube não aprendeu a lição e na temporada seguinte não teve jeito. Ficou com a lanterna e foi rebaixado.
A campanha foi sofrível: 38 jogos com apenas 05 vitórias, 10 empates e 23 derrotas. Marcou míseros 25 gols e sofreu 49.
Para se ter uma ideia da campanha ruim, a primeira vitória do Taubaté no campeonato veio apenas na 14ª rodada do primeiro turno quando ganhou da Ferroviária por 1 a 0 no Joaquinzão. Trocou de técnico oito vezes durante o torneio, sendo que Bolão e Piorra Mendonça dirigiram o time em duas etapas distintas do campeonato.
Além deles também Antonio Taino, Orlando Peçanha,João Avelino e Oscar Amaro comandaram o time na competição.
Veja abaixo a campanha do time no campeonato que foi disputado por pontos corridos e teve o Santos FC como campeão
PRIMEIRO TURNO
Taubaté 0 x 1 América-SP Time que entrou em campo nesse primeiro jogo: Moreira; Éder Taino, Aílton, Gritti e Capone; Toninho Moura, Guina (Carlos César) e Ronaldo; Gil, Adilson (Jarbas) e Paulinho. Técnico: Bolão
Palmeiras 2 x 1 Taubaté
XV de Jaú 2 x 1 Taubaté
Taubaté 0 x 0 Taquaritinga
Taubaté 1 x 1 Corinthians
Marília 1 x 0 Taubaté
Taubaté 0 x 2 Inter de Limeira
XV de Piracicaba 2 x 1 Taubaté
Taubaté 0 x 0 Guarani
Taubaté 0 x 3 Santos
Ponte Preta 2 x 0 Taubaté
Taubaté 0 x 0 Portuguesa
Juventus-SP 1 x 0 Taubaté
Taubaté 1 x 0 Ferroviária
Botafogo-SP 1 x 1 Taubaté
São Paulo 1 x 0 Taubaté
Taubaté 0 x 1 Santo André
Taubaté 1 x 2 Comercial-SP
São Bento-SP 1 x 2 Taubaté
SEGUNDO TURNO
Guarani 2 x 0 Taubaté
Taubaté 3 x 2 Marília
Taubaté 1 x 1 São Paulo
América-SP 1 x 0 Taubaté
Taubaté 0 x 0 Juventus-SP
Santos 2 x 0 Taubaté
Taquaritinga 1 x 0 Taubaté
Taubaté 1 x 1 XV de Piracicaba
Santo André 1 x 4 Taubaté
Taubaté 2 x 2 Palmeiras
Comercial-SP 0 x 0 Taubaté Inter de Limeira 1 x 0 Taubaté
Taubaté 1 x 2 São Bento-SP
Portuguesa 2 x 1 Taubaté Taubaté 2 x 0 Botafogo-SP
Taubaté 0 x 1 Ponte Preta
Corinthians 2 x 0 Taubaté
Taubaté 1 x 2 XV de Jaú
Ferroviária 3 x 0 Taubaté Time que jogou essa última partida: Roberval; Jeferson. Aílton, Dias e Capone; Ralph, Niltinho e Ronaldo; Gil, Adilson (Silvinho) e Debato (Machado) Técnico: Bolão que havia voltado na 35º rodada depois de ter saído na 4ª rodada.
Aí está uma boa polêmica, uma ótima discussão. Para mim a resposta é sim.
Desde que o campeonato brasileiro, então chamado Torneio Roberto Gomes Pedrosa, ou Robertão, passou a ter os times de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, em 1967, o Brasil descobriu que tinha 14 grandes times.
Eram 14 e não 12 porque a Portuguesa de Desportos e o América do Rio eram grandes, bem grandes.
Tinham ótimos times e apesar de não ganhar campeonatos, ainda tinham uma boa torcida. Mas o tempo tratou de deixar esses dois times para trás. E a partir dos anos 1990, ficamos fixados em 12 grandes times.
Falo em time e não em clube. Existem clubes grandes que não praticam futebol. Os maiores exemplos são o Pinheiros e o Paulistano de São Paulo. Dois gigantes, mas sem futebol.
Então ficamos com os chamados 12 grandes times. A saber: Fluminense, Vasco da Gama, Flamengo e Botafogo do RJ; Cruzeiro e Atlético de MG; Grêmio e Internacional do RS e Palmeiras, santos, Corinthians e São Paulo de SP.
E o que define se um time é grande? Boa pergunta essa ein meu amigo leitor?
Tamanho de torcida? Títulos? Estádio? Grandes jogadores?
Penso eu que é uma somatória disso tudo. Mas o futebol é cíclico e a história comprova isso. Já tivemos esses times acima citados passando por cada fase ruim.
Alguns ficaram 20 anos sem ganhar campeonatos, outros viram a torcida sumir por algum tempo. Mas continuaram grandes, se mantendo nesse patamar.
Mas vira e mexe são esses 12 os protagonistas de nosso futebol. E eu não tenho dúvida nenhuma em relação ao seguinte: É muito mais fácil um time grande virar pequeno (vide os exemplos de Portuguesa e América) do que um pequeno virar grande. Bragantino, Coritiba, Guarani e São Caetano são alguns que flertaram com a grandeza mas voltaram a ser pequenos.
Claro que Bahia, Ceará, Vitória, Fortaleza, Sport, Náutico e santa Cruz são grandes em seus estados. Mas não tem representatividade em outras regiões do país.
Hoje o time que eu acho ter a grande condição de ser o 13º grande é o Athético Paranaense. O Furacão tem uma grande torcida no Paraná, um maravilhoso estádio e tem montados excelentes times. Já foi campeão brasileiro, vice da Libertadores e é o atual campeão da Sul Americana.
Alguns dos 12 estão passando por maus momentos. Falta de títulos, quedas de divisão, falta de torcida no estádio e times sem grandes jogadores. Todo cuidado é pouco para esses times. Juízo!!
Tião Marino comemorando um dos seus 82 gols com a camisa da Águia do Vale
Muita gente que conversa comigo me pergunta: como pode o São José ter chegado ao fundo do poço com seu futebol?
A resposta passa por desorganização, incompetência, ganância etc
Os mais velhos não se cansam de lembrar dos anos que eu considero os mais espetaculares do time da Águia. Compreende o período de 1979 – quando perdeu o acesso para o Taubaté – até 1983 quando foi rebaixado da primeira para segunda divisão paulista. Acho esse período mais importante do que 1989, mesmo com vice-campeonato paulista conquistado naquele ano.
Incluo o ano de 1979, mesmo com a dura derrota para o maior rival no final do campeonato de acesso daquele ano,porque ali nasceu a grande fase do time.
A diretoria teve consciência e além de manter quase todo elenco que era bom, ainda reforçou o grupo com mais reforços. Não teve terra arrasada, mas aproveitamento do bom trabalho feito no ano.
Em 1980 veio o acesso com o título sobre o Catanduvense no Pacaembu. Em 1981 o terceiro lugar no Paulistão e a vaga para o Brasileirão de 1982.
Muitos dos mais novos nem sabem que o time já jogou o principal campeonato de futebol do país.
A equipe ficou em 12º lugar no campeonato nacional que teve 44 clubes participantes, sendo eliminada pelo Bangu nas oitavas de final. Naquele tempo tinha o mata-mata. O Flamengo foi o campeão vencendo o Grêmio na final em três jogos. Vale ressaltar que o time mesmo tendo ficado nessa ótima posição, não disputou o campeonato de 1983 por não ter conseguido a vaga pelo Paulistão de 1982.
Em 1990 o São José disputou pela segunda e última vez o Brasileirão de novo. Mas desta feita ficou em último lugar e foi rebaixado para Série B, que já existia.
Em 1983, veio a derrocada com o rebaixamento no Paulistão e o fim de uma época de ouro. O time só voltou a subir em 1987 ficando até 1990 na A-1. Novo acesso foi obtido em 1996 e nova queda em 1999. De lá para cá só pancadas com raríssimas vitórias.
Mas vamos lembrar de coisas boas. A estreia da Águia no Brasileirão, que naquele ano chamava-se Taça de Ouro, foi justamente diante do campeão do ano anterior, o Grêmio do goleiro Leão, de De Leon, Paulo Isidoro, Baltasar e Batista – que estreou no time nesse jogo – entre outros.
O jogo foi no Estádio Martins Pereira, que num domingo de muito sol recebeu mais de 17 mil pagantes para ver a partida. Com os penetras, calcula-se em cerca de 20 mil pessoas.E o São José mostrou sua força ganhando por 1 a 0. Gol de cabeça, claro, de Tião Marino, o maior artilheiro da história da Águia. Foi uma festa.
O time fez 16 jogos no campeonato, obtendo 7 vitórias, 6 empates e apenas 3 derrotas. Além dessa extraordinária sobre o Grêmio, ganhou também do Botafogo em pleno Maracanã também por 1 a 0. E empatou com o Atlético Mineiro no Mineirão em 0 a 0. Ficou a frente na classificação geral desses dois adversários e ainda, Internacional, Ponte Preta, Cruzeiro, Goiás e Athlético Paranaense.
Veja a ficha desse jogo histórico do São José EC
SÃO JOSÉ 1 x 0 GRÊMIO
Dia 17 de janeiro de 1982 – campeonato brasileiro da primeira divisão
Local: Estádio Martins Pereira
Público pagante: 17.761
Árbitro: Arnaldo César Coelho
Gol: Tião Marino aos 20 minutos do segundo tempo
São José: Ivan, Sotter, Darcy, Ademir Gonçalves e Campina; Gerson Andreotti, Ademir Mello e Tata (Niltinho); Edinho, Tião Marino e Nenê. Técnico: Fidélis
Grêmio: Leão, Paulo Roberto, Vantuir, De Leon e Dirceu; China (Paulo Bonamigo) , Batista (Tonho) e Paulo Isidoro; Tarciso, Baltasar e Odair. Técnico: Ênio Andrade
Umas das formações do Fluminense campeão carioca de 1975: Félix, Zé Maria, Silveira, Zé Mário, Assis e Marco Antônio; Gil, Carlos Alberto Pintinho, Manfrine, Rivellino e Paulo Cezar Caju.
Foi no dia 08 de fevereiro de 1975, um sábado de carnaval.
O ex- Reizinho do Parque São Jorge estreou com a camisa tricolor diante do seu ex-time, o Corinthians. O jogo foi amistoso disputado no Maracanã com a presença de mais de 40 mil torcedores.
Rivellino fora contratado no começo daquele ano pelo então presidente do Flu, Francisco Horta que começava a montar a chamada Máquina Tricolor, que seria bi-campeã carioca em 1975 e 76 e também semifinalista dos campeonatos brasileiros daqueles dois anos. Em 1975 parou no Internacional e em 76 no próprio Corinthians.
A saída de Rivellino do Corinthians foi muito agitada. Ele era o maior ídolo de uma sofrida torcida que não via o time ser campeão desde 1954. E em 1974 todos achavam que tinha chegado a hora.
O Timão foi para final do Paulistão diante do Palmeiras. Mas não aguentou o super time do Verdão, a chamada segunda Academia. Foram dois grandes jogos. No primeiro empate em 1 a 1 no Pacaembu. E no segundo jogo vitória palmeirense por 1 a 0 no Morumbi no célebre gol de Ronaldo.
Rivellino foi muito criticado pela torcida e diretoria corintiana. Muitos acharam que ele fracassou e foi o grande culpado pela perda do título.
Sem clima para continuar em Parque São Jorge, a proposta que veio do Rio de Janeiro foi muito bem recebida por ele, que chegou ao Fluminense como o maior jogador de um time que teria ainda Doval, Paulo Cezar Caju, Félix, Carlos Alberto Torres, Gil e Marco Antonio entre outros.
Naqueles tempos não havia futebol durante o carnaval. Nem amistosos eram disputados. Hoje em dia a bola rola normalmente.
E Francisco Horta teve a ideia de fazer o jogo de apresentação de seu novo craque justamente num sábado de momo e contra o ex-time.
Rivellino jogou demais nesse jogo. O Fluzão venceu por 4 a 1 e ele fez simplesmente três gols, algo raríssimo em sua carreira.
Riva ficou por três anos nas Laranjeiras, saindo de lá vendido para o futebol árabe onde jogou até 1981 e encerrou a carreira. Pelo Fluminense fez 158 jogos marcando 53 gols.
Confira a ficha desse jogo “perdido”
FLUMINENSE 4 x 1 CORINTHIANS
Dia 08 de fevereiro de 1975 no Maracanã
Árbitro: José Roberto Wright
Gols: Rivellino aos 25 e aos 36 e Lance aos 37 minutos do primeiro tempo; Rivellino aos 18 e Gil aos 33 minutos do segundo tempo.
Fluminense: Félix, Toninho, Silveira, Assis e Marco Antônio (Edinho) ; Zé Mário, Cléber (Carlos Alberto Pintinho) e Rivellino (Erivelto); Cafuringa, Gil e Mário Sérgio ( Zé Roberto). Técnico: Paulo Emílio
Corinthians: Sérgio Valentim (Paulo Rogério), Zé Maria, Laércio (Zé Eduardo), Ademir Gonçalves e Wladimir; Tião e Adãozinho; Vaguinho (Zezé), Lance, Zé Roberto (Arlindo) e Daércio (Pyta) Técnico: Sylvio Pirillo
© 2019. Futebol do Vale por Antonio Carmo.