time húngaro em 1964
Matéria extraída do site ocuriosodofutebol.com.br de autoria de Lucas Paes
Recentemente, após vencer o México nos pênaltis, o Brasil atingiu sua terceira final seguida no Futebol Masculino nas Olímpiadas. Com essa marca, os Canarinhos repetem um feito que não acontecia desde a década de 1960, quando a Hungria chegou por três vezes seguidas as finais da modalidade. Obtendo dois ouros e uma medalha de prata. A marca demorou quase 50 anos para ser igualada.
O feito dos Magiares não é exatamente inédito. Anteriormente, a Iugoslávia havia chegado a quatro finais olímpicas seguidas, ganhando uma delas. No Feminino, os Estados Unidos têm cinco finais consecutivas. Porém, as finais em sequência grande são raridades em quase todos os torneios de futebol de alto nível, onde a concorrência costuma ser grande e em casos como os Jogos Olímpicos, em quatro anos muitas coisas podem mudar. O Brasil iguala o feito húngaro com 2012, quando perdeu para o México e com 2016, quando venceu o Ouro no Rio de Janeiro sobre a Alemanha, além de, é claro, Tóquio.
Existe um contesto que permitia aos times de países socialistas chegarem tanto as decisões. Nesses países, os jogadores de futebol das seleções principais eram “amadores” e portanto podiam jogar o torneio de Futebol das Olímpiadas, enquanto as outras grandes equipes via de regra enviavam times amadores ou mesmo atletas de base ao torneio. Com isso, a situação ficava muito mais fácil para essas seleções.
Foi assim que a Hungria chegou a sua primeira final em 1964, curiosamente também em Tóquio. Contando com todos os principais jogadores, apesar da ausência de grandes nomes profissionalizados, a equipe húngara ainda distava na parte técnica de grande parte de seus adversários. Na fase de grupos, os magiares atropelaram Marrocos por 6 a 0 e fizeram uma partida espetacular contra a Iugoslávia (6 x 5) para chegarem ao mata-mata, onde bateram a Romênia por 2 a 0 e a antiga República Árabe Unida por 6 a 0 para chegar a final, onde Farkas e Bene marcaram os gols que deram o ouro a Hungria, numa vitória por 2 a 1 sobre a Tchecoslováquia.
Quatro anos depois, na Cidade do México, os Magiares bateram até com certa facilidade as equipes de El Salvador (4 x 0) e de Israel (2 x 0) na fase de grupos, onde curiosamente acabaram sofrendo contra Gana e empatando por 2 a 2 contra os africanos. No mata-mata, uma vitória sem muito brilho sobre a Guatemala por 1 a 0 sucedeu uma goleada em cima do Japão por 5 a 0 e uma goleada por 4 a 1 sobre a Iugoslávia na decisão, garantindo mais um ouro olímpico para o país no futebol
A última decisão da sequência dos húngaros veio em Munique. Naquele ano, na fase de grupos, os Magiares estrearam goleando o Irã por 5 a 0, depois empataram com o Brasil em 2 a 2 e por último venceram os dinamarqueses por 2 a 0. Depois, a segunda fase outra vez reuniu grupos, onde vieram vitórias contra a Alemanha Oriental por 2 a 0, contra a Alemanha Ocidental por 4 a 1 e por fim um 2 a 0 no México. Na decisão, porém, o ouro ficou com a Polônia, que tinha um tal de Lato, mas que acabou decidindo o jogo com Deyna e vencendo por 2 a 1, com Varadi marcando para os húngaros.
Depois daquela derrota em 1972, a Hungria nunca mais atingiu sequer uma semifinal olímpica. Anteriormente, a geração dourada e maravilhosa de Puskas já havia conquistado a primeira medalha de ouro para o país em 1952, nos jogos de Helsinki. Agora, o Brasil tenta além de igualar o feito das finais igualar também o de medalhas, buscando seu segundo ouro em três finais.