Um jovem de 23 anos que pratica um esporte pouco convencional tem levado o nome de São José dos Campos pelo mundo afora. Daniel Borges da Silva é praticante de ioiô, uma modalidade esportiva que para muitos é vista apenas como brincadeira de criança.
Danny acaba de voltar de sua quinta participação em um Campeonato Mundial. Em agosto, ele chegou à semifinal na competição ocorrida em Osaka, no Japão, terminando na 49ª posição na categoria 1A (para quem compete com apenas um equipamento) entre mais de 300 competidores do mundo todo.
Ele se credenciou à disputa da competição devido a sua performance em edições do Campeonato Brasileiro. O joseense tem seis títulos nacionais no currículo, o primeiro conquistado em 2013 e os últimos em 2020 e 2021.
Em Mundiais, contando as edições online disputadas durante a pandemia (2021 e 2022), já são cinco participações. Nas duas primeiras, em Tóquio (2015) e Islândia (2017), Danny também chegou às semifinais.
Para atingir esse nível competitivo num esporte pouco praticado no Brasil, o jovem conta que a trajetória começou bem cedo, como uma brincadeira de criança mesmo, aos 11 anos de idade.
“Jogar ioiô na escola era uma moda na época, em 2008, quando tive o primeiro contato com o brinquedo. Em 2010, comecei a pesquisar vídeos no Youtube e me apaixonei pelo esporte”, conta Danny, que acrescenta ter embasado sua técnica nos estilos americano e japonês.
A partir daí, Danny não parou mais, até que seus pais compraram o primeiro ioiô mais profissional, de alumínio, pagando 120 reais pelo equipamento. “Aos poucos fui aperfeiçoando a técnica e o estilo, mas sempre sozinho, como autodidata mesmo, pois não havia muitas referências no Brasil”, afirma.
Da diversão para as competições, o jovem foi colecionando títulos nacionais até que conseguiu o apoio de uma importante marca de ioiô dos Estados Unidos, a Ioiô Factory, sua atual patrocinadora. “Consegui o patrocínio depois de ficar entre no top 4 de um concurso de vídeo realizado em 2017”, relembra.
Para chegar a colecionar tantos títulos, Danny diz ser fundamental a concentração na frente dos juízes, que analisam basicamente seis fundamentos: execução das manobras, controle, postura, presença de palco, uso da música, espaço e construção da performance.
As apresentações levam 1 minuto na fase preliminar e 3 minutos nas finais. Pode parecer pouco tempo, mas Danny garante que a execução precisa estar mentalmente preparada para que não ocorram erros. “Treino seis horas por semana para quando chegar a competição eu estar bem preparado”.
Sem um patrocinador que banque suas viagens, para competir no maior evento de ioiô do mundo o jovem contou com a ajuda financeira dos pais. Ele reconhece que vivemos num país onde os pequenos esportes não são valorizados e espera que a situação se reverta num futuro próximo.
“Tenho sonho de seguir com o esporte, futuramente abrindo uma loja de ioiô e uma escola para incentivar novos talentos, fazer algo que não existe no Brasil, onde o número de praticantes hoje é muito pequeno”, diz o atleta, que é dentista de formação.
O primeiro passo do projeto já foi dado: Danny competiu no Japão com um ioiô personalizado, com as cores verde e amarelo e seu nome gravado no material.
“Poder me divertir jogando ioiô é o que dá prazer para seguir no esporte”, finaliza.
O próximo desafio já tem data: o Campeonato Brasileiro, em novembro, em São Paulo, classificatório para mais um Campeonato Mundial.
Boa sorte!!!!
O ioiô é um dos brinquedos mais antigo do mundo. A história desse simples objeto é tão fascinante quanto seu funcionamento. A origem do ioiô é um mistério. Grécia, China, Filipinas. Diversos lugares do mundo podem ter sido o berço do ioiô. O ioiô, na sua forma atual, nasceu nas Filipinas, onde é até hoje um brinquedo muito popular.
Nos últimos 20 anos, a tecnologia vem mudando a cara dos ioiôs. Nos anos 80, os ioiôs “inteligentes” que retornavam para a mão do dono automaticamente foram criados e nos anos 90 o uso de rolamentos nos ioiôs resultou em uma evolução inédita nas manobras realizadas.
Os ioiôs atuais empregam tecnologia de ponta, a madeira e plástico usados há décadas foram substituídos por novos materiais, como aço, alumínio e policarbonato.
O ioiô no Brasil, assim como em inúmeros outros países, teve períodos de “febre”, onde o brinquedo se tornou mania entre jovens e crianças nos anos 80 e 90.
Em 2002 foi fundada a Associação Brasileira de Ioiô, que passou a ser responsável pela organização de campeonatos no Brasil. Hoje, o Brasil é considerado por muitos como a terceira potência mundial do esporte, atrás apenas de Japão e Estados Unidos.
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