Em 1959, para derrotar o quase imbatível time do Santos FC com Pelé e cia, o Bahia tinha que ser um grande time.
Por isso o Esquadrão de Aço da Boa Terra entra no nosso seleto grupo de grande times da história.
Confira um pouco do título do Bahia em 1959.
No final da década de 1950, o Santos Futebol Clube sob a figura de um ainda jovem Pelé, daria início a uma hegemonia no futebol brasileiro que somente não seria maior por conta de outros grandes times daquele período. E ainda que o time da baixada santista fosse uma das principais equipes não somente do Brasil, com do mundo naquele ano de 1959, seria o EC Bahia a equipe que venceria a Taça Brasil, o primeiro campeonato nacional disputado no país.
Ao vencer a competição, o Tricolor de Aço também teria a honra de ser a primeira equipe brasileira na história a disputar uma Copa Libertadores da América, que teria a sua primeira edição um ano depois, em 1960.
O time do Nordeste brasileiro, quase 30 anos depois, ainda conquistaria o seu segundo título brasileiro, em 1988, mas já em outra circunstância e em outro formato de competição. Mas aqui, vamos relembrar essa importante e histórica conquista do Tricolor Baiano na temporada de 1959!
Contudo, na semifinal da Taça Brasil 1959, o Bahia não se intimidou diante da força do time carioca e, em pleno Maracanã, venceu pelo placar de 1 a 0, com gol de Alencar. Já no duelo de volta, em Salvador, o Tricolor de Aço não conseguiu segurar o Vasco, sendo derrotados por 2 a 1. Sendo assim, novamente um terceiro jogo teria que ser realizado, e novamente na Fonte Nova. E, dessa vez, o time baiano não titubeou e venceu pelo magro placar de 1 a 0, com gol de Léo Briglia.
Apenas o fato de o Bahia ter eliminado o forte time do Vasco da Gama, já poderia ser considerado um grande feito para o time nordestino. Contudo, a equipe chegava para a final da Taça Brasil 1959 para fazer história, e teria pela frente nada menos do que o Santos FC, que no período contava com um time histórico: Manga; Pavão e Mourão; Dalmo, Zito e Formiga; Dorval, Jair da Rosa Pinto, Coutinho, Pelé e Pepe. No comando técnico, Lula.
Ainda que na época, o Peixe ainda não era o time que, anos depois seria campeão nacional, da Copa Libertadores e do Mundial, porém já contava com a sua base que ficaria marcada para sempre.
Com um time como esse, além de contar com o ainda jovem Pelé, grande nome do título mundial da seleção brasileira um ano antes, o Santos FC era considerado um dos melhores times do país, e grande favorito nesta decisão contra o time do Bahia. Na primeira partida da final, na Vila Belmiro, o time visitante já chegou surpreendendo e venceu pelo placar de 3 a 2. Biriba e Alencar, duas vezes, foram os heróis daquele histórico triunfo do Tricolor de Aço.
Contudo, no duelo de volta, na Fonte Nova, o Santos daria o troco, pelo placar de 2 a 0. Naquele dia, Pelé e Coutinho tomaram conta da partida e anotaram os gols santistas, forçando assim a uma terceira e decisiva partida.
Naquela época, nos bastidores da final da Taça Brasil 1959, corria a informação de que os dirigentes do Bahia chegaram a oferecer dinheiro à cúpula santista para disputar a decisão na Fonte Nova. Porém, os santistas não aceitaram e seguiram o que estava previsto no regulamento, que a partida decisiva fosse realizada no templo histórico do futebol mundial, o Estádio do Maracanã.
Mais do que isso. A partida decisiva entre Santos e Bahia ficou com a data marcada apenas para março de 1959, já que a equipe santista tinha uma série de amistosos internacionais marcados antes do jogo decisivo. Inclusive, rolava a informação de bastidores de que nesse meio tempo, os dirigentes do Peixe já negociavam as passagens para que seus jogadores disputassem a Copa Libertadores da América em 1960.
Enquanto isso, o Bahia passava por mudanças em seu comando técnico, com a saída do então treinador Geninho. Na época, o comandante tricolor percebeu que, para o jogo final, seria mais interessante a presença de Carlos Volante, ex-jogador argentino conhecido por sua liderança em campo. Inclusive, ele era uma espécie de meio-campista marcador e foi em homenagem ao seu nome que surgiu a função de volante no futebol brasileiro.
Em um Maracanã que contava com apenas um público que beirava 20 mil pagantes, o Santos Futebol Clube chegava exausto por conta de sua excursão internacional. Para piorar, na sua série de amistosos, o Peixe perdeu seu principal jogador, Pelé, que se contundiu naquele período. Contudo, mesmo com esses problemas, o Santos ainda conseguiu abriu o marcador do jogo com um gol do camisa 9, Coutinho, ainda no primeiro tempo. Pouco depois, no finalzinho da primeira etapa, Vicente tratou de empatar o jogo e Léo Briglia virou a partida para o Tricolor de Aço, desestruturando o psicológico do time santista.
Transtornados, os jogadores do Peixe perderam a cabeça. O primeiro a ser expulso foi o lateral-direito Getúlio, Logo depois, quem recebeu o cartão vermelho foi o zagueiro Formiga. Em seguida, até mesmo os craques Dorval e Coutinho foram expulsos, após uma troca de agressões com Flávio, lateral do Bahia, que também acabou expulso.
Com dez jogadores em campo, contra apenas sete jogadores santistas, o EC Bahia ainda ampliou o placar em 3 a 1, já na reta final da partida, com gol de Alencar. Após o apito final, o Bahia se sagrava o primeiro campeão brasileiro da história, com a conquista da Taça Brasil 1959. Como se não bastasse, o Tricolor de Aço ainda ostentou o artilheiro da competição, Léo Briglia, com oito gols.
O futebol mineiro pode ser descrito, em minha opinião, antes e depois de 1966. Um ano antes o Mineirão foi construído e os 3 grandes de BH teriam mais visibilidade no cenário do futebol brasileiro, isso é um fato inegável.
Mas foi a partir do título de Campeão da extinta Taça Brasil pelo Cruzeiro, que o futebol das alterosas entrou de vez no cenário nacional do futebol.
E não foi uma conquista qualquer não. Foi um título obtido em cima do Santos FC que era o atual pentacampeão. E com duas vitórias históricas.
A primeira delas no primeiro jogo no Mineirão com uma goleada espetacular de 6 a 2. E para coroar, uma virada sensacional no segundo jogo em pleno Pacaembu. Depois de estar perdendo por 2 a 0 e tendo Tostão desperdiçado uma cobrança de pênalti, a Raposa virou para 3 a 2 e ganhou seu primeiro título nacional.
E esse time cruzeirense ficou marcado na história do futebol brasileiro como um dos melhores da história. Jovens craques estavam surgindo como Tostão, Piazza, Natal, Raul e Dirceu Lopes.
Por isso esse esquadrão merece um espaço nessa nossa página de Grandes Times.
O Super-time: Carlos Alberto, Félix, Piazza, Brito, Clodoaldo e Everaldo; Jairzinho, Gerson, Tostão, Pelé e Rivellino.
A Holanda, vice-campeão em 1974 abriu essa seção dos Grandes Times. Mesmo sem ter ganho nenhum título.
Mas agora coloco em destaque a maior seleção que vi jogar. Brasil campeão do mundo em 1970 no México. O melhor time reunido com alguns dos maiores craques da história do futebol, não só brasileiro, mas mundial. Fez uma Copa perfeita, jogando o fino da bola, como gostava de dizer o grande narrador Fiori Giglioti.
Uma seleção que começou a ser montada em 1969 por João Saldanha. Que já tinha dado show nas Eliminatórias. Saldanha saiu em março de 1970, a menos de 3 meses do início da Copa. Entrou Zagallo. E o Velho Lobo ajustou o time. Mudou vários jogadores que em relação ao time do João. Saíram Djalma Dias, Joel Camargo, Rildo e Edu do time titular e entraram Brito, Clodoaldo, Everaldo e Rivellino.
E a seleção encantou o mundo do futebol. Seis vitórias em seis jogos, e a conquista em definitivo da Taça Jules Rimet em solo mexicano. Uma final histórica contra a Itália. Vitórias espetaculares sobre Uruguai e Inglaterra. Enfim um time maravilhoso. Uma seleção inesquecível. Futebol naquele tempo não dá para se comparar com o atual, mas aquele time jogaria fácil hoje em dia. Disso tenho certeza.
BRASIL NA COPA DO MÉXICO 1970
Dia 03 de junho – 4 a 1 na Thecoslováquia – Gols de Rivellino, Jairzinho (2) e Pelé
Dia 07 de junho – 1 a 0 na Inglaterra – Gol de Jairzinho
Dia 10 de junho – 3 a 2 na Romênia – Gols de jairzinho e Pelé (2)
Dia 14 de junho – 4 a 2 no Peru – Gols de Rivellino, Tostão (2) e Jairzinho
Dia 17 de junho – 3 a 1 no Uruguai – Gols de Clodoaldo, Jairzinho e Rivellino
Dia 21 de junho – 4 a 1 na Itália – Gols de Pelé, Gerson, Jairzinho e Carlos Alberto
Como eu escrevi no post de abertura dessa nova seção, aqui você verá grandes times, que jogaram muito, mas nem sempre foram campeões.
E abrindo o novo espaço eis a grandiosa seleção da Holanda de 1974. Não foi campeão, mas marcou uma geração que gosta de futebol bonito e bem jogado.
Liderada pelo espetacular craque Johan Cruyff, o time do técnico Rinus Michels foi o criador do “Futebol total”; que influenciou grandes equipes do mundo, alguns exemplos são: Barcelona do Pep Guardiola, que foi pupilo de Cruyff, Seleção Brasileira de 1982, Seleção Espanhola (Campeã do Mundo em 2010); entre outras que tentaram aplicar de algum modo o método do treinador holandês. A partir dai que a organização tática ganhou outra definição.
O ápice do Cruyff e do Futebol Total foi indiscutivelmente em 1974, quando foi vice-campeã mundial; perdendo para a seleção alemã dona da casa, por 2 a 1. Durante toda a competição a Holanda foi impiedosa contra seus rivais. Na primeira fase, o seleção da Holanda venceu duas partidas e empatou em 0 a 0 contra Suécia, na cidade de Dusseldorf. Classificados, os holandeses foram para a segunda fase do mundial, jogar contra Brasil (campeã do mundo em 1970); Alemanha Oriental e a Argentina. Contra os grandes do futebol mundial, a Laranja Mecânica passeou e distribui aula de futebol para os seus adversários.
Confira os jogos da Seleção Holandesa na Copa de 1974:
15/6/1974 -2 a 0 no Uruguai
19/6/1974 – 0 a 0 com a Suécia
23/6/1974 – 4 a 1 na Bulgária
26/6/1974 – 4 a 0 na Argentina
30/6/1974 – 2 a 0 na Alemanha Oriental
03/7/1974 – 2 a 0 no Brasil
07/7/1974 – 1 a 2 com a Alemanha Ocidental
O time base holandês tinha: Jan Jongloboed; Win Suurbier, Arie Haan, Win Rijsbergen e Ruud Krol; Win Jansen, Johan Neeskens e Van Hanegem; Rob Rensenbrink, Johan Cruyff e Johnny Rep. Um time maravilhoso quase sem posição fixa, que atacava as vezes com 9 jogadores. Mesmo sem ser campeão, um esquadrão que marcou a história do futebol mundial.
Nesta nova seção do site, pretendo falar dos grandes times que o futebol do mundo já viu jogar.
Não necessariamente serão times que foram campeões, mas que marcaram de maneira indelével a história de nosso futebol. Mas na maioria das vezes os Grande Times foram campeões né?
E aguarde que nosso primeiro “Esquadrão” será uma seleção nacional que não foi campeã.
Dia 02 de maio estará aqui.
© 2019. Futebol do Vale por Antonio Carmo.