Tião Marino comemorando um dos seus 82 gols com a camisa da Águia do Vale
Muita gente que conversa comigo me pergunta: como pode o São José ter chegado ao fundo do poço com seu futebol?
A resposta passa por desorganização, incompetência, ganância etc
Os mais velhos não se cansam de lembrar dos anos que eu considero os mais espetaculares do time da Águia. Compreende o período de 1979 – quando perdeu o acesso para o Taubaté – até 1983 quando foi rebaixado da primeira para segunda divisão paulista. Acho esse período mais importante do que 1989, mesmo com vice-campeonato paulista conquistado naquele ano.
Incluo o ano de 1979, mesmo com a dura derrota para o maior rival no final do campeonato de acesso daquele ano,porque ali nasceu a grande fase do time.
A diretoria teve consciência e além de manter quase todo elenco que era bom, ainda reforçou o grupo com mais reforços. Não teve terra arrasada, mas aproveitamento do bom trabalho feito no ano.
Em 1980 veio o acesso com o título sobre o Catanduvense no Pacaembu. Em 1981 o terceiro lugar no Paulistão e a vaga para o Brasileirão de 1982.
Muitos dos mais novos nem sabem que o time já jogou o principal campeonato de futebol do país.
A equipe ficou em 12º lugar no campeonato nacional que teve 44 clubes participantes, sendo eliminada pelo Bangu nas oitavas de final. Naquele tempo tinha o mata-mata. O Flamengo foi o campeão vencendo o Grêmio na final em três jogos. Vale ressaltar que o time mesmo tendo ficado nessa ótima posição, não disputou o campeonato de 1983 por não ter conseguido a vaga pelo Paulistão de 1982.
Em 1990 o São José disputou pela segunda e última vez o Brasileirão de novo. Mas desta feita ficou em último lugar e foi rebaixado para Série B, que já existia.
Em 1983, veio a derrocada com o rebaixamento no Paulistão e o fim de uma época de ouro. O time só voltou a subir em 1987 ficando até 1990 na A-1. Novo acesso foi obtido em 1996 e nova queda em 1999. De lá para cá só pancadas com raríssimas vitórias.
Mas vamos lembrar de coisas boas. A estreia da Águia no Brasileirão, que naquele ano chamava-se Taça de Ouro, foi justamente diante do campeão do ano anterior, o Grêmio do goleiro Leão, de De Leon, Paulo Isidoro, Baltasar e Batista – que estreou no time nesse jogo – entre outros.
O jogo foi no Estádio Martins Pereira, que num domingo de muito sol recebeu mais de 17 mil pagantes para ver a partida. Com os penetras, calcula-se em cerca de 20 mil pessoas.E o São José mostrou sua força ganhando por 1 a 0. Gol de cabeça, claro, de Tião Marino, o maior artilheiro da história da Águia. Foi uma festa.
O time fez 16 jogos no campeonato, obtendo 7 vitórias, 6 empates e apenas 3 derrotas. Além dessa extraordinária sobre o Grêmio, ganhou também do Botafogo em pleno Maracanã também por 1 a 0. E empatou com o Atlético Mineiro no Mineirão em 0 a 0. Ficou a frente na classificação geral desses dois adversários e ainda, Internacional, Ponte Preta, Cruzeiro, Goiás e Athlético Paranaense.
Veja a ficha desse jogo histórico do São José EC
SÃO JOSÉ 1 x 0 GRÊMIO
Dia 17 de janeiro de 1982 – campeonato brasileiro da primeira divisão
Local: Estádio Martins Pereira
Público pagante: 17.761
Árbitro: Arnaldo César Coelho
Gol: Tião Marino aos 20 minutos do segundo tempo
São José: Ivan, Sotter, Darcy, Ademir Gonçalves e Campina; Gerson Andreotti, Ademir Mello e Tata (Niltinho); Edinho, Tião Marino e Nenê. Técnico: Fidélis
Grêmio: Leão, Paulo Roberto, Vantuir, De Leon e Dirceu; China (Paulo Bonamigo) , Batista (Tonho) e Paulo Isidoro; Tarciso, Baltasar e Odair. Técnico: Ênio Andrade
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