O futebol brasileiro vive já a muito tempo com 12 grandes clubes. São aqueles aclamados pela mídia, com mais títulos e torcida. E são de duas regiões: sul e sudeste.São quatro de São Paulo, quatro do Rio de Janeiro, dois de Minas Gerais e dois do Rio Grande do Sul.
As vezes surge, como agora está aparecendo o Athético Paranaense querendo se tornar o 13º da lista. Já tivemos nessa situação o Bahia, o Sport Recife e o Coritiba.
Não podemos nos esquecer de Portuguesa de Desportos, América-RJ e Bangu. Esses 3 clubes já foram considerados grandes, com títulos conquistados, com jogadores na seleção brasileira e hoje estão disputando campeonatos menores em seus estados.
Mas esse post vai falar de alguns clubes que durante muitos anos estiveram na mídia, disputando grandes campeonatos, revelando jogadores e tendo um bom número de torcedores.
Só que esses times praticamente sumiram, acabaram ou estão amargando um grande ostracismo. Existem dezenas deles em todo Brasil. Alguns mais famosos, outros que viveram lampejos de time médio, mas acabaram.
Relacionei nesse primeira postagem 03 deles, com rápida história de cada um. Confira.
MOGI MIRIM
Foi a sensação do campeonato paulista de 1992, ganho pelo São Paulo FC. Dirigido pelo técnico Osvaldo Alvarez, o Vadão, o time era chamado de Carrossel Caipira, numa alusão a Holanda de 1974 de Rinus Mitchel. Revelou bons jogadores e um craque: Rivaldo. O pernambucano foi para o Corinthians em 1993. Como o Timão não tinha dinheiro para comprar seu passe, o Palmeiras com o patrocínio da Parmalat adquiriu o jogador em 1994. E no Verdão ele arrebentou e foi para Europa. Chegou a ser o melhor do mundo recebendo o prêmio da FIFA.
Hoje o Sapão como era conhecido o Mogi Mirim, não disputa mais nenhum campeonato profissional.
O time foi caindo de divisão, tanto no Paulistão como no Brasileiro e fechou as portas em 2018. A cidade que tem cerca de 90 mil habitantes e fica a cerca de 150 km da capital paulista, ainda tem o bom estádio Wilson de Barros que agora só recebe jogos amistosos e amadores.
UNIÃO SÃO JOÃO DE ARARAS
Esse time não teve a fama do Mogi Mirim, mas ficou durante muitos anos na elite do futebol paulista e revelando bons jogadores. O maior deles foi o lateral esquerdo Roberto Carlos, multi-campeão por Palmeiras, Real Madrid e Seleção Brasileira.
O União surgiu da antiga Fazenda de engenho de cana da cidade e no começo se chamava Usina São João. Seu estádio ficava ao lado de um canavial da Usina. Em 1987 o time foi campeão da principal divisão de acesso do futebol paulista derrotando na final o São José EC. Ambos subiram para a primeirona em 1988.
Administrado pelo empresário da Construção Civil, José Mário Pavan, o União de Araras entrou para a história do futebol brasileiro como a primeira agremiação esportiva a se transformar em clube-empresa em 1994, com a criação da União São João S/A, controladora do União São João Esporte Clube, ainda sob o regimento da Lei Zico.
O União foi também campeão brasileiro da Série C no ano de 1988 e campeão da Série B em 1996. Viveu pelo menos uns 15 anos de fartura o time de Araras.
O União São João de Araras fechou as portas no dia 3 de fevereiro de 2015, anunciando que em meio a uma grave crise financeira nos últimos anos, com dívidas estimadas em R$15 milhões, e pediu afastamento da segunda divisão do campeonato paulista para tentar arrumar uma forma de saldar as dívidas e “colocar a casa em ordem”. Mas isso não mais aconteceu.
ESPORTIVA DE GUARATINGUETÁ
Mais um time do interior de São Paulo que viveu grandes momentos no futebol paulista. Foi na década de 1960. O time chegou a ter em seu elenco no ano de 1964 (ano da queda para segunda divisão) o zagueiro Zózimo, vindo do Rio de Janeiro, que fora campeão mundial com a Seleção Brasileira na Copa do Chile em 1962.
Começou no amadorismo, sendo um representante esportivo de referência na região do Vale do Paraíba, conquistando títulos locais e regionais. Em 1954 adotou o profissionalismo ao assumir a disputa do campeonato paulista da segunda divisão. Após campanhas medianas, alcançou a maior conquista da sua história, ao ser campeão da Segunda Divisão em 1960, o que lhe garantiu o acesso a elite do futebol paulista.
Disputou entre 1961 e 1964, a elite do Futebol Paulista, tendo como feitos vencer o Santos de Pelé por 3 a 0, e o Corinthians, pelo mesmo placar. Totalizou 37 participações nas competições organizadas pela Federação Paulista de Futebol. Em 1960 foi campeã da Segunda Divisão Paulista (atual A-2), sua principal conquista na história.
Curiosamente, a Esportiva nasceu alvinegra, só adotando as cores mais conhecidas – vermelho e branco – na época do profissionalismo.
O seu último grande suspiro foi no campeonato da Divisão Intermediária em 1979. Chegou no quadrangular final daquele ano com Taubaté (que foi o campeão), São José e Santo André.
Depois disso nunca mais obteve sucesso e desde 1999 não disputou mais nenhum campeonato profissional.
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© 2019. Futebol do Vale por Antonio Carmo.