Aqui falo de dois campeonatos absolutamente distintos, o Brasileiro da Série A e o Paulista Sub-23 da 4ª Divisão.
Vejam os senhores (e senhoras também, claro), que o primeiro citado é o maior campeonato do país e o segundo significa, digamos, a 8ª Divisão do nosso futebol que um dia consagrou Geraldão Manteiga como grande artilheiro do Corinthians.
Começo pelo torneio mais humilde que tem três times do Vale dele participando: São José EC e Clube Atlético Joseense, lógico de São José dos Campos e AD Manthiqueira de Guaratinguetá (confesso que acho muito bonito o nome dessa cidade).
Destaco no Manthiqueira a presença do seu ilustre presidente, Dado Oliveira. Um obcecado pelo jogo limpo sem firulas nem tramoias tão comuns em nosso futebol. E também pela presença de uma mulher como técnica do time. Nilmara Alves é no entender de Dado, uma conhecedora profunda de táticas de futebol. Sei não, presidente, sei não.
Mas respeito muito sua opinião, afinal seu time, sem Nilmara, foi campeão dessa divisão em 2017. Ano passado jogou a Série A-3 e sem um elenco competitivo caiu rapidinho.
Pois bem, depois de cada time ter jogado cinco partidas no campeonato, o São José tem 9 pontos ganhos, o Joseense e o Manthiqueira tem 6. Por ser um campeonato sub-23 é bem complicado para os clubes participantes montarem um elenco qualificado.
Esse ano são 41 clubes jogando essa divisão. Entre eles estão times que outrora já viveram momentos de grandeza e fartura em nosso futebol. A saber: São José (vice campeão paulista em 1989), América, XV de Jaú, Marília, Matonense, União Barbarense, Francana e Rio Branco de Americana.
Mas se eles estão nessa draga de agora é porque num passado distante ou recente, seus dirigentes fizeram caca e jogaram os times nessa penúria.
Para concluir: Pelo que vi até agora dos três times de nossa região, acho bem pouco provável que algum deles consiga o acesso para Série A-3 de 2020. Se quiserem alcançar a glória, vão ter de melhorar muiiito.
Já sobre o Campeonato Brasileiro, que está ainda em sua terceira rodada, das trinta e oito programadas, quero concordar com o que disse o técnico gremista Renato Gaúcho ontem após seu time ter tomado uma virada histórica do Fluminense em plena Arena Grêmio (vencia por 3 a 0 e perdeu por 5 a 4): Logo cada time estará em seu devido lugar.
Porque querer achar que já tem favorito ao título hoje é querer ser muito adivinho.
Umas das formações do Corinthians em 1982/3. Solito, Sócrates, Ataliba, Casagrande, Zenon e Biro-Biro; Mauro, Daniel Gonzáles, Alfinete, Paulinho e Wladimir.
Aqui não tem polêmica. Seja de 1971 para cá ou desde 1959 a maior goleada já registrada na história do campeonato nacional foi Corinthians 10 x 1 Tiradentes do Piauí pelo torneio de 1983.
Logo abaixo dessa sapecada, temos Vasco da Gama 9 a 0 na Tuna Luso do Pará em 1984.
No jogo do Timão, que foi disputado no Estádio Canindé, em São Paulo, o time visitante saiu na frente. Mas depois não aguentou e tomou a maior goleada já ocorrida no campeonato. Curioso fato também, é que dez dias antes, em jogo válido pelo primeiro turno daquela fase, o Tiradentes tinha vencido o Corinthians por 2 a 1 em Teresina.
Bom lembrar, que o campeão daquele ano foi o Flamengo que derrotou o santos na final em dois jogos. Perdeu o primeiro por 2 a 1 no Morumbi em São Paulo e venceu o decisivo por 3 0 no Maracanã.
Veja abaixo a ficha do jogo da goleada corintiana.
CORINTHIANS 10 X 1 TIRADENTES
Dia 09 de Fevereiro de 1983 – Campeonato Brasileiro
Estádio do Canindé em São Paulo
Árbitro: Aristóteles Cantalice de Pernambuco
Gols: Sabará de pênalti aos 18, Sócrates de pênalti aos 24, Sócrates aos 31, Biro-Biro aos 37, Sócrates aos 42 e Paulo Egídio aos 42 minutos do primeiro tempo; Ataliba aos 4, Wladimir de bicicleta aos 8, Paulo Egídio aos 17, Sócrates aos 33 e Vidotti aos 42 minutos do segundo tempo.
Corinthians: Solito, Alfinete, Mauro, Daniel González e Wladimir; Paulinho, Sócrates e Zenon (Eduardo Amorim); Biro-Biro, Ataliba (Vidotti) e Paulo Egídio. Técnico: Mário Travaglini
Tiradentes: Neto, Valdinar, Baiano, Vagner e Zezé (Jeová); Zuega, Sabará e Hélio Rocha (Etevaldo); Luis Sérgio, Durval e Joniel. Técnico: Albertino de Paula.
Time do jogo: Darcy, Gerson Andreoti, Sotter, Campina, Ademir Gonçalves e Ivan; Edinho, Ademir Mello, Tião Marino, Esquerdinha e Nenê.
No post anterior destaquei a maior vitória do Taubaté sobre o São José na história do chamado “Clássico do Vale”. Foi na final da Divisão Intermediária em 1979. Veja abaixo.
Agora vou falar daquela que considero ter sido a maior vitória da Águia sobre o Burro nesses confrontos.
O ano era 1981 e o São José disputava pela vez primeira o principal campeonato paulista de futebol. O time fez uma campanha sensacional, disputando até mesmo o título do segundo turno do torneio contra o São Paulo FC. A Águia ganhou o primeiro jogo no Martins Pereira por 1 a 0 gol de Ademir Melo e perdeu o segundo no Morumbi por 3 a 2. Como o Tricolor tinha melhor campanha, ficou com a vaga para a final contra a Ponte Preta que havia ganhado o primeiro turno.
Naquele tempo as vagas para o campeonato brasileiro eram definidas pela campanha dos times no campeonato estadual do ano anterior. Sendo assim, os sete melhores do campeonato paulista de 1981 somando-se os pontos dos dois turnos completos iam para o campeonato nacional de 1982. Os classificados foram São Paulo, Ponte Preta, Guarani, Santos, XV de Jaú, Internacional de Limeira e São José EC. Vejam que Palmeiras e Corinthians não obtiveram vagas e foram obrigados a jogar a chamada Taça de Prata no ano seguinte.
E a vaga do São José foi conquistada na última rodada do campeonato paulista de 1981 justamente num jogo contra o maior rival e na casa do adversário. A Águia venceu por 1 a 0 gol do ponta esquerda Nenê e festejou em pleno Joaquinzão a vaga para o principal torneio nacional do ano seguinte, onde, diga-se de passagem foi muito bem, terminando em 13º lugar entre 44 participantes.
Confira a ficha deste jogo inesquecível
TAUBATÉ 0x1 SÃO JOSÉ
Dia 18 de Outubro de 1981 no Estádio Joaquim de Moraes Filho (Joaquinzão) em Taubaté
Árbitro: Márcio Campos Salles
Público pagante: 13.363
Gol: Nenê aos 27 minutos do primeiro tempo
Taubaté: Wágner; Cleto, Dequinha, Dias e Betinho; Carlos Alberto, China (Nenê) e Toninho Taino; Jarbas, Adilson e Lira (Antônio Carlos) Técnico: Pedro Virgílio Rocha
São José: Ivan; Sotter, Darcy, Ademir Gonçalves e Campina; Gerson Andreotti, Ademir Mello e Esquerdinha; Edinho, Tião Marino e Nenê. Técnico: José Maria Fidélis
© 2019. Futebol do Vale por Antonio Carmo.