Texto extraído site www.ogol.com.br
No dia 30 de maio de 1909, pelo Campeonato Carioca, o Botafogo aplicou a maior goleada da história do futebol brasileiro em partidas oficiais. O Glorioso, que havia começado no futebol há apenas dois anos, enfiou 24 a 0 no Mangueira.
Disputado no antigo campo da Voluntários da Pátria, no bairro de Botafogo, o jogo foi um passeio. E era esperado que assim fosse: fundado em 1906, o Mangueira foi o grande saco de pancadas daquele Carioca.
O time da Zona Norte foi o último colocado daquela competição e já havia perdido nas duas primeiras rodadas para Haddock Lobo e Riachuelo. O Mangueira acabou naquele ano perdendo os últimos quatro jogos do Carioca por WO, por desistência, e só voltaria ao torneio em 1912.
Mas, voltando ao dia 30 de maio, o Glorioso não tomou conhecimento do enfraquecido rival. Naquele dia, o Mangueira teve de colocar alguns dirigentes em campo, já que muitos dos jogadores não puderam comparecer. Foram só dez representantes mangueirenses em campo. O goleiro foi Manuel, que era tesoureiro do clube e nunca tinha atuado na posição.
O resultado foi uma sacolada. Mesmo com um jogo de, na época, dois tempos de 40 minutos, menos que os 45 de hoje em dia, o Alvinegro conseguiu 24 gols. Nove na primeira parte, 15 no segundo. Na segunda metade, a média era de um gol a cada dois minutos e meio.
Gilbert Hime (9), Flávio Ramos (7), Monk (2), Lulú Rocha (2), Raul Rodrigues (1), Dinorah (1), Henrique Teixeira (1) e Emmanuel Sodré (1) balançaram as redes naquele dia.
O Glorioso, no fim do campeonato, acabou como vice-campeão, mas entrou para a história pela tarde de 30 de maio.
Craque palmeirenses fez um gol de placa contra o São Paulo, chapelando Rogério Ceni e estufando as redes no Morumbi dia 20 de março de 2002.
Atuação de gala. É assim que podemos descrever o Palmeiras contra o São Paulo, na noite do dia 20 de março de 2002. Apesar dos pesares, o Verdão passou sufoco mesmo abrindo 3 a 0 contra os tricolores.
O Palmeiras era comandado por Vanderlei Luxemburgo, enquanto o São Paulo tinha Nelsinho Baptista no banco. A imprensa comentava o fato da boa fase do tricolor ser por conta da sequência de adversários fracos. E no clássico a tese ficou comprovada.
Luxemburgo foi inteligente e direcionou a marcação em cima de Kaká e Souza, anulando completamente o setor de criação. A bola não chegava com facilidade nos atacantes França e Reinaldo.
Muito preocupado com os cruzamentos de Arce, o São Paulo não se atentou ao restante do time alviverde. Logo aos 10 minutos, Magrão encontrou espaço e chutou rasteiro, surpreendendo Rogério Ceni e abrindo o placar: 1 a 0.
Em desvantagem, o São Paulo sentiu o gol e não acertava passes. Oito minutos depois, Itamar cruzou da direita. Claudecir, sem qualquer tipo de marcação, dominou e mandou no ângulo esquerdo de Ceni, surpreendendo e marcando um golaço. A bola ainda bateu caprichosamente na trave antes de cair dentro da linha.
Mas, aos 27 minutos, Alex resolveu dar um presente ao futebol brasileiro. Depois de receber belo passe, o meia deu um lençol em Emerson, um chapéu em Rogério Ceni e mandou para as redes. O gol antológico no Morumbi estava feito e a torcida do Palmeiras enlouquecida nas arquibancadas. 3 a 0 Verdão.
O gol, no entanto, provocou a ira dos são-paulinos que acabaram partindo para cima. Dois minutos depois, o juiz assinalou pênalti que foi convertido por França. Marcos quase pegou. 3 a 1.
Para a segunda etapa, Nelsinho resolveu sacar Souza. Lúcio Flávio entrou e deu outra cara ao time tricolor. Aos 27, Kaká foi avançando e viu a disparidade de Marcos com a trave direita. O meia arriscou e o goleiro palmeirense nada fez: 3 a 2.
Quase empatando, o São Paulo partiu para cima, mas parou nas mãos de Marcos. Foram, pelo menos, três defesas milagrosas. Wilson e Emerson acabaram expulsos. Em um dos lances, Alex foi derrubado dentro da área. Arce bateu pênalti com a perfeição de sempre e ampliou: 4 a 2.
Ao final, a torcida do Palmeiras cantava o hino no Morumbi. E o gol de Alex entrava para história como um dos mais belos do futebol brasileiro.
Ficha técnica:
São Paulo 2 x 4 Palmeiras
Gols: Magrão, aos 10. Claudecir, aos 18. Alex, aos 27. França, aos 30 do primeiro tempo. Kaká, aos 27. Arce, aos 47 do segundo tempo.
São Paulo: Rogério Ceni; Gabriel, Emerson, Wilson e Gustavo Nery (Belletti); Maldonado, Fábio Simplício, Souza (Lúcio Flávio) e Kaká; Reinaldo (Jean) e França.
Técnico: Nelsinho Baptista
Palmeiras: Marcos; Arce, Alexandre, César e Daniel; Paulo Assunção, Claudecir (Juliano), Magrão (Galeano) e Alex; Itamar (Juninho) e Christian.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Cartões amarelos: Maldonado, César, Souza, Fábio Simplício, Magrão, Galeano e Rogério.
Cartões vermelhos: Wilson e Émerson
Renda: Não divulgada;
Público: 49.842 pagantes
Texto originalmente publicado no site da Federação Paulista de Futebol
Foi no jogo de estreia de um dos maiores jogadores brasileiros da época em um clássico importante válido pelo Campeonato Paulista de 1942. O estreante vestindo a camisa tricolor era Leônidas da Silva. Tais ingredientes motivaram a torcida a lotar o Pacaembu, e mais do que isso, a transformar o confronto entre São Paulo e Corinthians na partida de maior público da história do estádio com 70.281 espectadores.
Majestoso emocionante
A partida, realizada no dia 24 de maio de 1942, não decepcionou nenhum dos mais de 70 mil torcedores presentes no palco mais tradicional do futebol paulista. Recheado de emoções e jogadas plásticas de ambos os lados, o empate, por 3 a 3, entre São Paulo e Corinthians foi pouco para explicar todas as particularidades do clássico.
Maior personagem em campo, Leônidas da Silva não decepcionou a todos que foram ver o clássico. O jogador, um dos grandes craques do futebol nacional, tinha sido contratado pelo São Paulo pela maior quantia do futebol sul-americano: 200 contos de réis. Na época, o valor se assemelhava a uma verdadeira fortuna, ainda mais que os prêmios das loterias da década de 40 giravam em torno de no máximo de 300 contos de réis.
Os jornais da época relataram um jogo muito aguerrido e movimentado. Enquanto o São Paulo vivia a empolgação de ter contratado um dos melhores jogadores da época por valor recorde, os corintianos vinham motivados em estragar a festa tricolor. Motivação que foi o suficiente para o Alvinegro abrir o placar com Jeronimo, aos 10 da etapa inicial. Após empate de Lola em assistência de Leônidas, as duas equipes terminaram o primeiro tempo empatadas por 1 a 1.
Já na segunda etapa, mais emoção: logo aos 3 minutos, Servílio colocou o Corinthians novamente à frente do placar. A reação tricolor começou com Luizinho e Teixeirinha, virando o jogo a favor do São Paulo. No final da partida, Servílio empatou novamente e deu números finais em um dos grandes clássicos entre São Paulo e Corinthians.
Repercussão na mídia
Já no dia seguinte ao clássico, o grande jogo protagonizado pelas duas equipes recebeu a alcunha de ‘Choque Majestoso’ pelo jornal Gazeta Esportiva. A matéria fazia questão de ressaltar a estreia de Leônidas, o estádio lotado, as viradas e os lances de combatividade de ambos os times. Foi a primeira que faziam referência ao jogo entre São Paulo e Corinthians como ‘Majestoso’, termo utilizado até hoje.
O campeão de 1942 foi o Palmeiras, justamente no ano que precisou mudar de nome de Palestra Itália para Palmeiras.
Ficha técnica:
Corinthians 3 x 3 São Paulo
Competição: Campeonato Paulista de 1942 – 1º Turno;
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo;
Data: 24 de maio de 1942;
Árbitro: Jorge Gomes de Lima “Joreca”;
Público: 71.281 pagantes.
Gols: Jerônimo e Servílio (2) (SCCP); Lola, Luizinho e Teixeirinha (SPFC).
Corinthians: Joel; Agostinho e Chico Preto; Jango, Brandão e Dino; Jerônimo, Milani, Servílio, Eduardinho e Hércules. Técnico: Rato.
São Paulo: Doutor; Fiorotti e Virgílio; Waldemar Zaclis, Lola e Silva; Luizinho, Waldemar de Brito, Leônidas, Teixeirinha e Pardal. Capitão: Fiorotti. Técnico: Conrado Ross.
Time corintiano que começou o jogo no dia da maior virada.
Eu pesquisei todos os jogos desde 1962 e só encontrei um que tenha tido essa virada de 0 a 2 para 4 a 3.
Me refiro aos jogos entre Palmeiras e Corinthians, conhecido como Derby e o de maior rivalidade em São Paulo.
Aconteceram várias viradas de 0 a 1 para 2 a 1. Para ser mais preciso, no período por mim citado acima, foram 11 do Timão e 8 do Verdão.
Algumas no finalzinho como uma que ocorreu no Pacaembu em março de 1968 com o alvi-negro virando com gols de Ditão aos 41 e Benê aos 44 do segundo tempo.
Mas o jogo que vamos aqui destacar foi memorável. Não valia taça, nem classificação para outra fase da competição.
Foi um jogo do primeiro turno do Paulistão de 1971 disputado no sistema de pontos corridos.
E tornou-se épico porque com 9 minutos de jogo o Verdão já ganhava por 2 a 0. Cesar marcou as 27 segundos e aos 8 minutos e meio.
Naquele tempo, virada em clássicos com placar contra dessa maneira, praticamente não ocorriam. No máximo o time que estava perdendo chegava ao empate.
Por isso naquela tarde muito fria de 25 de abril, o torcedor palmeirense que estava no Estádio do Morumbi, sentia que poderia até golear o grande rival.
Mas uma alteração feita no intervalo do jogo pelo técnico corintiano Francisco Sarno mudou a história da partida.
Ele colocou o jovem Adãozinho, cria das categorias de base no lugar do veterano Samarone e a história mudou totalmente.
Adão jogou mais que Rivellino, comandou o time, fez 1 gol e destruiu o time muito bom do Palmeiras.
Um jogo cheio de emoções, com um segundo tempo para ser registrado como um dos maiores do clássico.
Se aos 8 minutos da etapa inicial o Palmeiras já ganhava por 2 a 0, com 5 minutos o Timão fazia seu primeiro gol. e depois dos 24 aos 27 minutos saíram mais 3 tentos.
O craque do jogo, empatou aos 24, Leivinha pôs de novo o Verdão na frente aos 25 e Tião voltou a empatar aos 27 minutos.
E a cereja do bolo para o corintiano viria perto do final da peleja, com Mirandinha marcando aos 43 minutos. E naquele tempo não existia na regra, como tem hoje, os minutos a mais de recuperação. Fosse hoje talvez a partida fosse até os 50 minutos. Mas em 1971, acabou aos 45 mesmo e ponto final.
Um jogo inesquecível para as duas torcidas seja pela alegria ou pela tristeza, mas todos que viram a partida, assim como eu, sabem que presenciaram a maior virada da história dos Derbys até hoje.
Veja abaixo a ficha desse inesquecível clássico.
CORINTHIANS 4 x 3 PALMEIRAS
Local: Estádio do Morumbi dia 25 de abril de 1971 – Campeonato Paulista 1º turno
Árbitro: Armando Marques
Público: 60.445 pagantes
Expulsões: Leivinha e Rivellino aos 45 minutos dos segundo tempo
Gols: César Maluco aos 27 segundos e 8 minutos do primeiro tempo; Mirandinha aos 5, Adãozinho aos 24, Leivinha aos 25, Tião aos 27 e Mirandinha aos 43 minutos do segundo tempo.
Corinthians: Ado, Zé Maria, Luís Carlos, Sadi e Pedrinho; Tião e Rivellino; Lindoia ( Natal aos 16 do segundo tempo), Samarone (Adãozinho no intervalo), Mirandinha e Peri. Técnico: Francisco Sarno
Palmeiras: Leão, Eurico, Baldochi, Luis Pereira e Dé; Dudu e Ademir da Guia; Fedato, Hector Silva ( Leivinha aos 19 minutos do segundo tempo), César Maluco e Pio. Técnico: Rubens Minelli
Na foto do arquivo pessoal do historiador taubateano, Moacir dos Santos, vemos: Orlando maia, Celso, Rossi, Ananias, Ivan e Rubens. Tek, Osmar, Gato, Mário e Evaldo. O massagista é Jorge Coutinho. Jogo contra o São Paulo dia 24 de agosto, que terminou 2 a 1 para o tricolor paulista. Zé Américo não jogou essa partida.
O dia 05 de outubro de 1958 ficou para sempre marcado na história do EC Taubaté. Foi nesse dia que o Burrão conquistou uma histórica vitória sobre o Santos FC.
O jogo foi disputado no antigo estádio do Taubaté, o Campo do Bosque, e o time praiano jogou com Pelé e tudo mais. Vale lembrar que Pelé havia sido campeão do mundo com a seleção brasileira na Suécia meses antes.. E foi quando ele ganhou o título de rei do Futebol.
Por onde o Santos passava, distribuía goleadas. Já tinha aplicado 8 a 1 no Ypiranga e 9 a 1 no Comercial, por exemplo. Para receber o Peixe em 5 de outubro, os torcedores lotaram o Campo do Bosque. O estádio recebia as partidas antes da construção do Joaquim de Morais Filho, o Joaquinzão, atual casa do Burro da Central, construída em 1967.
Mas com o Rei e tudo, o Santos não foi páreo para o Taubaté naquele dia. E quem brilhou foi o meia Zé Américo do Burro, que marcou 2 gols além de marcar com muita categoria tanto Pelé como Jair Rosa Pinto.
Do outro lado do campo, além de Pelé e Jair, estava Zito, o gerente iniciou a carreira no Burro da Central, antes de ir para o Santos, onde ficou conhecido por ser o jogador que o Rei mais respeitava.
O jogo foi histórico porque, entre outras coisas, o Taubaté foi apenas um dos três times que conseguiu derrotar os santistas naquela temporada. O time da região também fez boa campanha e ficou em nono lugar.
Veja a ficha desse memorável jogo:
TAUBATÉ 3X2 SANTOS
Local: Campo do Bosque em Taubaté
Dia 05/10/1958 – campeonato paulista
Público calculado em 7 mil torcedores
Árbitro: Juan Brozzi
Gols: Zé Américo aos 27 e Tek aos 30 min do primeiro tempo; Zé Américo aos 5, Hélio aos 14 e aos 38 minutos do segundo tempo.
Taubaté: Rossi, Orlando Maia e Zé Carlos; Celso, Ananias e Ivan; Tek, Zé Américo, Gato, Mário e Evaldo. Técnico: Aymoré Moreira
Santos: Manga, Ramiro e Feijó; Getúlio, Urubatão e Zito; Hélio, jair Rosa Pinto, Álvaro, Pelé e Pepe. Técnico: Lula
Como costumava dizer o extraordinário narrador esportivo Fiori Giglioti; “O tempo passa torcida brasileira”, hoje dia 25 de fevereiro faz exatamente 24 anos da estreia de Zico, um dos maiores jogadores da nossa história, com a camisa da seleção brasileira.
Foi dia 25 de fevereiro de 1976 em um jogo válido pela antiga Taça do Atlântico, contra o Uruguai em Montevidéu.
O Brasil era comandado por Oswaldo Brandão (que havia entrado no lugar de Zagallo após a Copa de 1974) e a seleção passava por uma boa reformulação.
Zico já jogava e bem no Flamengo desde 1973. Em 1974 foi um dos destaques do time campeão carioca. No ano seguinte já se esperava sua convocação para seleção, mas ela só veio em 1976.
E logo na sua estreia ele fez um gol e de falta, uma de suas marcas registradas. esse foi o primeiro dos 66 gols que o Galinho de Quintino marcaria com a camisa canarinho, sendo 5 deles em Copas do Mundo. No total, Zico fez 88 jogos vestindo a camisa do Brasil. Em 1971 ele já havia jogado 5 partidas no time sub 20 e feito 1 gol.
Desse ano até 1986 o ex meia do Flamengo foi sempre presença certa na Seleção Brasileira. Jogou 3 Copas do Mundo (1978 -1982 e 1986) e foi um dos maiores ídolos não só do Flamengo mas de toda torcida brasileira.
Veja a ficha técnica deste jogo
BRASIL 2 X 1 URUGUAI
Competição: Taça do Atlântico
Dia 25 de fevereiro de 1976
Local: Estádio Centenário em Montevidéu -Uruguai
Árbitro: Roque Cerullo do Uruguai
Cartões vermelhos: Nelinho e Rivellino do Brasil e Roque Chagas do Uruguai
Gols: Nelinho e Zico para o Brasil e Ocampo para o Uruguai
Brasil: Waldir Peres, Nelinho, Miguel, Amaral e Marinho Chagas; Chicão, Zico e Rivellino; Flecha (Edu Bala), Palhinha e Lula (Getúlio) Técnico: Oswaldo Brandão
Uruguai: Hector Santos, Ramirez, De Los Santos, Roque Chagas e Moralles; Acosta, Daryo Pereira e Gimenéz; Muniz, Fernando Morena e Ocampo (Oliveira) Técnico: José Maria Rodriguez.
Time campeão na grande final: Leandro, Zé Carlos, Andrade, Edinho, Leonardo e Jorginho; Bebeto, Aílton, Renato Gaúcho, Zico e Zinho.
Só mesmo no futebol brasileiro se tem discussão sobre em qual ano começou o campeonato nacional de futebol. E só aqui os campeonato mudaram tanto de nome ao longo dos anos.
Para mim o verdadeiro campeonato nacional começou em 1967, quando foi disputado o primeiro torneio com 15 clubes deixando de ser o Rio-São Paulo. Entraram times do Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. No ano seguinte já participaram equipes da Bahia e Pernambuco. Então negar que isso já era o verdadeiro campeonato brasileiro é brigar com a história.
Mas como a mídia tem sua paixões clubísticas e nesse período, os dois times de maior torcida do país não ganhavam nada, fica cômodo dizer que o primeiro campeonato foi aquele feito pela antiga CBD, atual CBF em 1971. Mas não podemos deixar de lado a Taça Brasil, criada em 1959 e que foi, sim, o primeiro torneio nacional do Brasil. Só não concordo que se de a ela o mesmo peso de um campeonato. Mas a CBF determinou em 2010 que isso fosse feito e assim temos que aceitar. E as discussões continuam rs.
Falei sobre isso porque em 1987, a CBF não tinha condições de fazer o campeonato, por muitos problemas financeiros e políticos. Então, os principais clubes do país se uniram e criaram o Clube dos 13 envolvendo os principais times do Brasil. Assim, foi criada a Copa União, que viria a ser o torneio a substituir o Brasileirão. Não houve índice técnico para se definir os 16 times que jogariam a Copa, mas sim, política e história.
Nem o Guarani, vice-campeão do ano anterior foi chamado. Por isso tivemos problemas no final do ano. Pois a CBF resolveu fazer um campeonato paralelo a Copa União e garantiu que os dois primeiros desse campeonato iriam disputar o título do ano com os dois melhores da Copa União. Todos sabem que nem Flamengo, campeão, nem Internacional, vice da Copa, aceitaram jogar esse quadrangular e até hoje ainda se discute quem é o verdadeiro campeão brasileiro de 1987. Só aqui mesmo.
Bem, mas a Copa União ocorreu e foi disputada por 16 clubes. Começou dia 11 de setembro com o jogo Palmeiras 2×0 Cruzeiro e terminou dia 13 de dezembro com o Flamengo vencendo o Inter por 1 a 0 no Maracanã e ficando com o título. O torneio teve vida curta. Foi disputado d enovo em 89 e só. Voltou a ser o campeonato brasileiro organizado pela CBF.
Como muitos questionam os títulos do Palmeiras, Santos e Fluminense vencidos no período do Robertão (1967 a 1970), pode-se questionar também os títulos de 1987 e 1988 como não sendo verdadeiros campeonatos brasileiros?
A Copa União 1987 foi disputada em dois turnos com todos os times se enfrentando uma vez. Os dois melhores de cada turno foram para semifinais que ficaram assim: Flamengo x Atlético Mineiro e Internacional x Cruzeiro. E Mengo e Inter fizeram a decisão em 2 jogos.
Na classificação geral do torneio o Corinthians foi o lanterna, Ficou em último lugar com uma campanha ridícula: Em 15 jogos ganhou só 2 jogos, empatou 6 e perdeu 7. Marcou míseros 9 gols e sofreu 16. mas não houve rebaixamento naquele ano. Aliás o nível técnico do torneio foi bem fraco. Jogos com poucos gols e as defesas predominando. O artilheiro foi Müller do São Paulo com 10 gols.
Antes do segundo jogo decisivo no Maracanã, Inter e Flamengo empataram a primeira partida no Beira Rio por 1 a 1. Sendo assim, como não havia vantagem para nenhum time, quem ganhasse o segundo confronto seria o campeão. Se houvesse empate no tempo normal, haveria prorrogação e se preciso, pênaltis para se conhecer o campeão.
Mas isso não foi necessário. O Flamengo venceu por 1 a 0, gol de Bebeto ainda no primeiro tempo. Foi o último título de Zico com a camisa do Mengão.
Confira a ficha da decisão
FLAMENGO 1×0 INTERNACIONAL |
Local: Maracanã (Rio de Janeiro-RJ); |
Público: 91.034; Árbitro: José de Assis Aragão (SP); |
Gol: Bebeto 16′ do primeiro tempo; Cartões Amarelos: Edinho e Aloísio |
Flamengo: Zé Carlos, Jorginho, Leandro, Edinho e |
Leonardo; Andrade, Aílton e Zico (Flávio); |
Renato Gaúcho, Bebeto e Zinho. Técnico: Carlinhos. |
Internacional: Taffarel, Luiz Carlos Winck, Aloísio, Nenê e |
Paulo Roberto (Beto); Norberto, Luís Fernando Flores e Balalo; |
Hêider (Manu), Amarildo e Brites. Técnico: Ênio Andrade. |
time da grande final: Edson, Miranda, Gomes, Mauro, Neneca, e Zé Carlos; Capitão, Renato, Careca, Manguinha e Bozó.
No último dia 13 de agosto fez 41 anos da maior conquista do Guarani FC de Campinas. O título do campeonato brasileiro da série A em 1978.
Até hoje o Bugre de Campinas é o único time do interior do Brasil que ganhou o principal campeonato nacional de futebol.
E a final (naquele tempo era assim, e não pontos corridos que vigora desde 2003), foi contra o Palmeiras. Que estava iniciando sua longa fila de 16 anos sem ser campeão. O Verdão havia sido campeão paulista em 1976 e ficaria até 1992 sem ganhar um campeonato.
O Guarani campeão daquele ano foi forjado desde 1976. Teve como técnicos Diede Lameiro e Paulo Emílio, antes de chegar as mãos do mineiro Carlos Alberto Silva, que comandou a equipe na grande conquista. Em 76 o Bugre foi campeão do primeiro turno do Paulistão, mas caiu de rendimento na fase decisiva. Seguiu com um belo trabalho de revelar ótimos jogadores – Careca, Renato e Mauro são provas disso – e contratar jogadores já rodados e sem espaço em clubes grandes, casos de Zé Carlos que veio do Cruzeiro, Miranda do Corinthians e Bozó do Santos FC.
Some-se a isso um craque como Zenon que veio do Avaí de Santa Catarina e ninguém conhecia.
Ninguém, quando começou o campeonato ousava colocar o time campineiro entre, sequer, os 8 maiores favoritos. Mas o time foi se arrumando ao longo do torneio e chegou voando nas finais.
ganhou de 3 a 0 do Inter em pleno Beira Rio. Nas semifinais bateu o Vasco nos 2 jogos, em Campinas e no Maracanã. E na final ganhou também as duas partidas diante do poderoso Palmeiras.
Um super título ainda não igualado por outro time do interior de nosso país.
Abaixo você confere toda campanha do time e a ficha técnica da grande final.
Campanha total: 32 jogos – 20 vitórias – 8 empates e 4 derrotas – marcou 57 gols e sofreu 22
Classificação por fase:
1ª fase: 11 jogos com 5 vitórias, 4 empates e 2 derrotas
2ª fase: 8 jogos com 3 vitórias, 3 empates e 2 derrotas
3ª fase: 7 jogos com 6 vitórias e 1 empate
Quartas de final: 2 a 0 e 4 a 0 no Sport Recife
Semi Final: 2 a 0 e 2 a 1 no Vasco da Gama
Final: 1 a 0 e 1 a 0 no Palmeiras
Ficha do jogo final:
GUARANI 1X0 PALMEIRAS
Dia 13 de Agosto de 1978 -Estádio Brinco de Ouro da Princesa em Campinas
Árbitro: José Roberto Wright
Público: 27.086 pagantes
Gol: Careca aos 36 minutos do primeiro tempo
Guarani: Neneca, Mauro, Gomes, Edson e Miranda; Zé Carlos, Renato e Manguinha; capitão, Careca e Bozó. Técnico carlos Alberto Silva
Palmeiras: Gilmar, Rosemiro, Beto Fuscão (Jair Gonçalves), Alfredo Mostarda e Pedrinho; Ivo, Jorge Mendonça e Toninho Vanusa; Silvio, Escurinho e Nei. Técnico: Jorge Vieira
Uma das formações do Cruzeiro campeão da Libertadores em 1976: Darci Meneses, Wilson Piazza, Moares, Nelinho, Vanderlei e Raul; Roberto Batata, Zé Carlos, Palhinha, Jairzinho e Joãozinho.
Cruzeiro e Internacional começarão a disputar uma vaga para final da Copa do Brasil, nesta quarta-feira dia 07 de agosto.
Um jogo em especial disputado por esses dois gigantes do nosso futebol ficou marcado na memória de gosta do futebol bem jogado.
Foi válido pela primeira fase da Taça Libertadores da América de 1976 e jogado no Mineirão em Belo Horizonte.
O Cruzeiro venceu por 5 a 4 e essa partida é apontada por muitos como o maior jogo já realizado naquele estádio.
O jogo foi cercado de muita rivalidade, porque 3 meses antes o Colorado havia ganho seu primeiro título de campeão brasileiro justamente batendo a Raposa por 1 a 0 em Porto Alegre. Nessa partida Figueroa fez o gol do título e o goleiro Manga defendeu pelo menos 3 faltas cobradas por Nelinho que o consagraram. Foi um jogo duro e o Inter fez a festa.
Naquele tempo apenas o campeão e o vice do Brasil tinham vaga na Libertadores do ano seguinte (atualmente são muitos) e ficavam no mesmo grupo na primeira fase.
Pois bem, a tabela marcou justamente esse duelo na primeira rodada no Mineirão. Os dois times eram muito bons. E a partida foi sensacional. 5 a 4 naquele tempo era um resultado raro de ocorrer, prevaleciam mais as defesas que os ataques. Por isso o placar do jogo com nove tentos foi uma grande surpresa. E o jogo foi maravilhoso.
O Cruzeiro foi relâmpago. E tinha no time Jairzinho, o Furacão da Copa de 1970, que havia voltado do futebol francês.
Time da Portuguesa no jogo final: Pescuma, Zecão, Badeco, Isidoro, Callegari e Cardoso; Xaxá, Enéas, Cabinho, Basílio e Wilsinho. Vejam o Morumbi lotado.
Talvez você que é mais antigo, assim como eu (rs), já conheça bem essa história da final do campeonato paulista de 1973, quando Santos e Portuguesa de Desportos foram proclamados campeões daquele torneio.
Um campeonato, dois campeões. Santos e Portuguesa escreveram a história do futebol brasileiro na tarde de 26 de agosto de 1973. A final do Campeonato Paulista daquele ano contou com a presença de mais de 116 mil pessoas nas arquibancadas do estádio Cicero Pompeu de Toledo, Morumbi. Desta vez os holofotes não foram direcionados para as estrelas do Peixe e da Lusa, mas sim a um personagem que se tornaria o protagonista da final do paulista daquele ano: o árbitro Armando Marques, que errou na contagem da decisão por pênaltis, o que acarretou na divisão do título entre as equipes. A famosa decisão que já tem 46 anos de história.
O campeonato daquele ano teve 12 clubes participantes. Foi disputado com o seguinte regulamento; campeão do primeiro turno fazendo a final com o campeão do segundo.
O Peixe venceu a primeira etapa somando 19 pontos e a Lusa ganhou a segunda com 18 pontos. Dessa maneira foram para final em jogo único, realizado no Morumbi.
O jogo com grande público foi travado. A Portuguesa reclama até hoje de um gol anulado do atacante Cabinho. Foi marcado impedimento no lance. Segundo os lusos, a jogada teria sido normal.
Terminado o jogo após os 90 minutos regulamentares ( e naquele tempo eram 90 minutos mesmo, nem unzinho a mais), cm 0 a 0 no placar, como previa o regulamento, a decisão foi para os pênaltis. Aliás, esse foi o primeiro campeonato paulista decidido dessa forma.
E aí entrou em cena o árbitro Armando Marques, que era o grande nome da arbitragem brasileira na época. Ele simplesmente se equivocou na contagem, errou nas contas, e quando a Portuguesa perdeu sua terceira cobrança seguida, com o Santos vencendo por 2 a 0, acabou com a disputa, declarando o santos vencedor.
Só que a Lusa ainda poderia empatar, caso fizesse os 2 penais que iria cobrar e o Santos errasse os seus 2, um dos quais seria batido pelo Rei Pelé.
Pois bem, nem os jogadores do santos perceberam o erro e saíram comemorando o título. O técnico da Lusa, Oto Glória, percebeu. E rapidamente mandou seus jogadores correrem para o vestiário e irem embora do Estádio sem tomar banho mesmo.
Quando foi alertado por muita gente que havia errado nas contas, Armando marques mandou chamar o time da Portuguesa na vestiário. Foram até lá e não tinha mais ninguém.
Criou-se uma grande confusão e horas depois a Federação Paulista de Futebol, tomou a decisão de proclamar os dois clubes campeões do Paulistão de 1973. A Lusa agradeceu, ams convenhamos o verdadeiro campeão é só o Santos FC.
E esse foi o último título conquistado por Pelé com a camisa do alvinegro da Vila Belmiro.
Confira a ficha deste histórico jogo:
SANTOS 0X0 PORTUGUESA DE DESPORTOS
Data: 26 de agosto de 1973 – Estádio Morumbi em SP
Público: 116.156 pagantes
Árbitro Armando Marques
Santos: Cejas, Zé Carlos, Carlos Alberto Torres, Vicente e Turcão; Clodoaldo e Léo Oliveira; Jair da Costa (Brecha), Pelé, Euzébio e Edu. Técnico: Pepe
Portuguesa: Zecão, Cardoso, Pescuma, Callegari e Isidoro; Badeco e Basílio; Xaxá, Enéas (Tatá), Cabinho e Wilsinho. Técnico: Oto Glória
Nos pênaltis, Carlos Alberto Torres e Edu haviam marcado para o Santos e Zé Carlos perdido. Pela Portuguesa Isidoro, Callegari e Wilsinho perderam suas cobranças.
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