Texto do site da Federação Paulista de Futebol.
Por Luiz Minici,
Há exatos 50 anos, o Noroeste superava o Nacional e comemorava o título da Primeira Divisão do Campeonato Paulista, equivalente a atual Série A2. Após a conquista, o atual líder do Paulistão A3 e um dos clubes mais tradicionais do futebol paulista retornava à elite estadual após cinco temporadas.
Campanha
Após queda em 1966, o Noroeste buscou retornar à elite nos anos seguintes, mas a coroação aconteceu somente na edição de 1970. Durante a primeira fase, os 17 clubes participantes foram divididos em duas chaves -uma com nove e outra com oito equipes.
O regulamente previa que os dois melhores de cada grupo se classificariam à semifinal, que seria decidida em jogo único. Pertencente ao Grupo A, composto por nove clubes, o Noroeste encerrou a primeira fase em segundo lugar com 21 pontos (a vitória valia dois pontos na época), três atrás do líder Corinthians, de Presidente Prudente. Na outra chave, o Bragantino terminou na primeira colocação com 20 pontos, enquanto o Nacional foi o outro classificado com um ponto a menos.
Como previsto, o Noroeste enfrentou o Bragantino na semifinal e venceu por 2 a 1, no antigo Parque Antárctica, em São Paulo, avançando à decisão da competição. Vale lembrar que na época, apenas o time campeão ficava com a vaga na elite, diferentemente de hoje em dia em que os dois finalistas chegam ao principal patamar estadual. No outro confronto, o Nacional superou o Corinthians, também por 2 a 1, e chegou à final.
A decisão ficou marcada para o Parque Antárctica, campo neutro, e local das duas semifinais. No primeiro encontro entre Noroeste e Nacional, os clubes empataram por 1 a 1, com gols de Odair Colônia e Barnabé, respectivamente e forçaram a realização de um jogo-desempate, já que a igualdade permaneceu na prorrogação. No segundo embate, Fedato, que depois viria a ser jogador do Palmeiras com muito sucesso, marcou o gol do título do Norusca e garantiu o acesso ao clube de Bauru.
Ficha técnica:
Noroeste 1 x 0 Nacional
Data: 24 de setembro de 1970;
Local: Parque Antarctica, em São Paulo;
Renda: Cr$ 20 779;
Árbitro: Oscar Scolfaro;
Gol: Fedato (Noroeste), aos 31’ do primeiro tempo.
Noroeste: Chiquinho; Romualdo, Luisão, Marco Antônio e Bonfim; Nascimento e Foguinho; Odair Colônia, Márcio, Fedato e Mário Augusto (Ramos). Técnico: Abílio Martins, o Muca.
Nacional: Valdir; Zé Carlos, Jaime, Ranulfo e Elpídio; Peres e Aílton; Barnabé (Newton), Osmar, Adriano (Wílson) e Ferreira. Técnico: Vicente Arenari.
Campanha:
Data | Jogo | Fase |
17/05/1970 | Araçatuba 1 x 1 Noroeste | Primeira Fase |
20/05/1970 | Noroeste 1 x 2 Garça | Primeira Fase |
24/05/1970 | Barretos 0 x 3 Noroeste | Primeira Fase |
28/05/1970 | Noroeste 1 x 0 Catanduvense | Primeira Fase |
06/06/1970 | Corinthians-PP 0 x 0 Noroeste | Primeira Fase |
13/06/1970 | Noroeste 2 x 1 Marília | Primeira Fase |
20/06/1970 | Andradina 2 x 2 Noroeste | Primeira Fase |
28/06/1970 | Noroeste 0 x 0 Rio Preto | Primeira Fase |
05/07/1970 | Noroeste 5 x 0 Araçatuba | Primeira Fase |
12/07/1970 | Garça 0 x 1 Noroeste | Primeira Fase |
15/07/1970 | Noroeste 1 x 0 Barretos | Primeira Fase |
19/07/1970 | Catanduvense 1 x 0 Noroeste | Primeira Fase |
02/08/1970 | Noroeste 2 x 0 Corinthians-PP | Primeira Fase |
09/08/1970 | Marília 0 x 0 Noroeste | Primeira Fase |
16/08/1970 | Noroeste 5 x 0 Andradina | Primeira Fase |
23/08/1970 | Rio Preto 2 x 1 Noroeste | Primeira Fase |
19/09/1970 | Corinthians-PP 1 x 2 Noroeste | Semifinal |
22/09/1970 | Noroeste 1 x Nacional | Final |
24/09/1970 | Noroeste 1 x 0 Nacional | Final |
Texto publicado no site da FPF
Há exatos 30 anos, no dia 26 de agosto de 1990, Bragantino e Novorizontino faziam a primeira decisão de Campeonato Paulista envolvendo apenas clubes do interior de São Paulo. Na oportunidade, o time de Bragança Paulista, comandado por Vanderlei Luxemburgo, e com grandes nomes do futebol mundial como Mauro Silva, levava a melhor e ficava com o título da famosa “Final Caipira”.
“Foi um trabalho muito bem feito, estruturou muito bem o time, não só dentro de campo, com profissionais altamente qualificados fora de campo. Acho que é uma receita que os times do interior podem seguir”, disse Mauro Silva em Live do Paulistão em Casa.
Regulamento
Em 1990, os 24 clubes foram divididos em duas chaves de 12 equipes e no primeiro turno jogavam contra os do outro grupo. Na segunda fase, jogavam contra os adversários do mesmo chaveamento e os cinco melhores avançavam à terceira fase, com os demais disputando uma repescagem.
Na repescagem, os 12 clubes foram divididos em duas chaves e após jogarem entre si e contra os rivais do outro grupo, o melhor de cada lado retornava à disputa do Campeonato Paulista. Com 14 clubes postulantes ao título, as agremiações foram divididas novamente em dois grupos. Após turno e returno dentro da própria chave, o campeão de cada lado avançaria à final. Assim, o Bragantino, com 18 pontos, e o Novorizontino, com 16, protagonizaram a “Final Caipira”.
Final Caipira
Por ter melhor campanha, o Bragantino tinha a possibilidade de jogar por dois resultados iguais para ficar com o título. Após empate, por 1 a 1, na primeira partida, o campeão seria conhecido no estádio Marcelo Stéfani, em Bragança Paulista, que posteriormente passou a ser chamado Nabi Abi Chedid, local do atual Red Bull Bragantino.
Após um primeiro tempo franco, o Novorizontino se lançou mais ao ataque na segunda etapa, já que tinha a necessidade de buscar a vitória. Aos 21 minutos, Fernando se aproveitou de escanteio cobrado por Róbson e cabeceou para superar o goleiro Marcelo. Cinco minutos depois, o Bragantino chegou ao empate. Mário lançou Tiba, que invadiu a área e bateu cruzado para “devolver” a vantagem ao time local.
Com o término do tempo regulamentar, os clubes disputaram mais 30 minutos de muita emoção com oportunidades para ambos os lados. Apesar das chances criadas, o placar se manteve inalterado para a festa da torcida bragantina, que lotou o estádio Marcelo Stéfani.
“Aquele time do Bragantino era uma mescla de jogadores da base do Guarani, com nove jogadores, e os que vieram da base do Fluminense. Este foi o time que o Luxemburgo usou como base para o Campeonato Brasileiro Série B de 1989, ganhando o Paulista em 1990. O Vanderlei sai, vem o Parreira e esse time vai para a final do Campeonato Brasileiro de 91, então a estrutura que o Bragantino criou foi referência”, relembrou Mauro Silva.
Sucesso
Protagonistas em 1990, muitos personagens que estiveram presentes na ‘Final Caipira’ deixaram o seu legado no futebol mundial. As equipes eram comandadas por Vanderlei Luxemburgo, maior vencedor da história do Campeonato Paulista com nove títulos, e por Nelsinho Baptista, que venceria o Brasileiro com o Corinthians no mesmo ano.
Além dos treinadores, os jogadores também marcaram história no futebol como Mauro Silva, ex-volante do Bragantino, e Márcio Santos, ex-defensor do Novorizontino. Ambos foram campeões mundiais com a Seleção Brasileira em 1994, no Estados Unidos.
“A gente fala muito da necessidade do investimento, não só dentro de campo, mas na estrutura e na equipe profissional. O Bragantino realmente investiu em campo e o trabalho foi muito bom, tanto que, se você olhar na final, o banco de reservas tem o Pintado, que depois teve uma carreira incrível no São Paulo, o Silvio, que chega na Seleção Brasileira depois. Além disso, aquele Bragantino me negociou direto com o Deportivo La Coruña-ESP, negociou o Mazinho direto com o Bayern de Munique-ALE, ou seja, era um time do interior que já fazia negócios direto com os times estrangeiros”, finalizou o tetracampeão do mundo e atual Vice-Presidente da FPF, Mauro Silva.
Ficha técnica:
Bragantino 1×1 Novorizontino
Data: 26 de agosto de 1990;
Local: estádio Marcelo Stéfani, em Bragança Paulista;
Público: 15 mil pagantes;
Renda: Cr$ 8.400.000,00;
Árbitro: José Aparecido de Oliveira;
Gols: Fernando aos 21’ e Tiba aos 26’ minutos do segundo tempo
Bragantino: Marcelo; Gil Baiano, Júnior, Carlos Augusto e Biro-Biro; Mauro Silva (Franklin), Ivair e Tiba; Mazinho (Robert), Mario e João Santos. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Novorizontino: Maurício; Odair (Edmílson), Fernando, Marcio Santos e Goiano; Marcão, Tiãozinho e Edson; Robson, Barbosa e Roberto Cearense (Flavio). Técnico: Nelsinho Baptista.
Campeão do Paulistão 2020, Vanderlei Luxemburgo torna-se o treinador com o maior número de títulos na história do Campeonato Paulista. Com nove conquistas, o técnico palmeirense se isola em relação a Luis Alonso Peres, o Lula, que venceu oito taças no comando do Santos na década de 1960. Luxemburgo conquista tal feito em quatro clubes diferentes.
Ganhou seu primeiro campeonato em 1990 dirigindo o Bragantino numa final histórica por ter sido entre dois times do interior. O Braga ganhou do Novorizontino na decisão.
Em 1993 foi para o Palmeiras depois de não ter dado certo no Flamengo em 1991. E no Verdão viveu dois anos de glórias e se tornou respeitado como um dos maiores técnicos do Brasil.
Além de ser bi-campeão paulista foi também bi brasileiro e campeão do Rio-São Paulo/93.
Após boas passagens por Santos e Corinthians, chegou à Seleção Brasileira em 1998, sem conseguir ficar no cargo até a próxima Copa. Voltou para o Corinthians onde conquistou o quinto estadual da carreira em 2001, superando Armando Del Debbio, até então o terceiro maior vencedor do estadual, com quatro títulos.
Com novo ápice na carreira após grandes trabalhos em Santos e Cruzeiro, chegou ao Real Madrid, da Espanha, onde ficou apenas uma temporada. No retorno ao Brasil reassumiu o time do Santos FC vindo a conquistar mais um bicampeonato paulista em 2006 e 2007. Luxa alcançava Osvaldo Brandão com sete canecos do Paulistão.
De volta ao Palmeiras em 2008, conquistou o primeiro tricampeonato pessoal do Paulistão e chegou ao topo da lista dos técnicos vencedores do estadual de São Paulo ao empatar com Luis Alonso Peres, o Lula, técnico do Santos que dominou o torneio na década de 1960. Agora estava 8 a 8.
Com o nono título ganho no sábado dia 08 de agosto, Luxemburgo também se isola como o quarto maior vencedor do estadual de São Paulo no geral. O líder dessa lista é Pepe, maior vencedor como jogador com 11 títulos com a camisa santista. Como técnico ganhou outras duas taças -com Santos e Inter de Limeira-, superando o recorde que era de Armando Del Debbio. Com oito títulos como jogador, todos pelo Corinthians, ainda ganhou outros três como técnico do alvinegro e mais um pelo Palmeiras. Também à frente de Vanderlei Luxemburgo nessa lista está o Rei Pelé, com 10 taças.
EC Taubaté acompanha para saber quando poderá voltar aos treinamentos, mas isso dependerá do aval da prefeitura da cidade.
Federação Paulista de Futebol (FPF) marcou para o próximo dia 14 de julho, terça-feira, às 11 horas, uma reunião com os representantes dos clubes do Campeonato Paulista da Série A2 de 2020 para discutir os próximos passos para o retorno da competição. A informação foi dada em nota oficial da entidade, que confirmou a volta da A1 para 22 de julho.
Esse time da foto jogou dia 22/04/1973 no Martins Pereira e venceu o Velo Clube por 2 a 0, classificando-se para final.
Marião, Alemão, Carioca, Mário Boi, Pedro Rodrigues e Fernandinho e o técnico Jorge Pinto de Souza; Roque, Marco Antonio Chupeta, Carlinhos, Zé Carlos e Pepe.
O primeiro campeonato feito pela Federação Paulista de Futebol que deu acesso a principal divisão de São Paulo foi 1948. O XV de Piracicaba foi o campeão e subiu para o que hoje é o Paulistão da A-1.
Mas no período de 1972 a 1975 a FPF cancelou o acesso. Os torneios eram disputados mas o campeão não subia de divisão. O EC São José, que a partir de 1976 mudou de nome para São José EC, foi o campeão em 1972. O Araçatuba ganhou o torneio de 1973, o Catanduvense de 1974 e o Santo André foi o campeão de 1975. nenhum deles subiu para divisão de elite do futebol paulista com essas conquistas.
Mas anos depois todos eles conseguiram o acesso em campeonatos distintos.
Nosso foco aqui é a conquista do antigo Formigão do Vale, como era chamado o São José, que era alvinegro na ocasião.
E o título do campeonato de 1972 foi conquistado no dia 13 de maio do ano seguinte, 1973.
O site ocuriosodofutebol.com.br, fez uma matéria sobre essa conquista que reproduzo aqui.
Neste dia 01 de maio, feriado nacional, dia do trabalho ou do trabalhador, comemora-se o primeiro encontro entre São José e Taubaté no futebol.
O Clássico do Vale como ficou conhecido teve sua primeira partida realizada no antigo Estádio martins Pereira, na Rua Antonio Saes em São José dos Campos.
Foi uma porfia amistosa, como se dizia na época e terminou empatada em 1 a 1.Naquele ano o São José, então Formigão do Vale foi campeão paulista da o que hoje seria a quarta divisão do futebol paulista, o que lhe deu o direito de subir para terceira divisão em 1965 onde também seria o campeão.
Esse jogo marcou o início de uma grande rivalidade entre as duas maiores cidades do Vale do Paraíba. Depois dessa partida, outros grandes jogos foram feitos pelos dois rivais valendo inclusive título da segunda divisão em 1979 conquistada pelo Burrão.
E existe um equilíbrio absoluto no confronto. Até agora foram realizados 68 jogos entre as duas agremiações com 22 vitórias da Águia, 21 do Burrão e 25 empates.
O último encontro entre eles aconteceu no dia 22 de fevereiro de 2015 e foi válido pelo campeonato paulista da Série A-3. O jogo terminou empatado em 1 a 1 e foi realizado no Estádio Joaquinzão em Taubaté.
Haja equilíbrio ein??
Veja abaixo a ficha incompleta do primeiro confronto entre os dois rivais. Não se tem a escalação do Taubaté
SÃO JOSÉ 1 X 1 TAUBATÉ – Amistoso
Dia 01 de maio de 1964 no Velho Estádio Martins Pereira em SJ Campos
Árbitro: Sem registro
Gols: Pedro Bala para o São José e Diango para o Taubaté
São José: Sérgio Valentim, Baiano (Paulo Roque), Pereira e Teixeira; Carlinhos e Luís Carlos (Miltinho); Itajubá (Bicudo), Pedro bala, Capelloto (Marciano), Nivaldo e Valdir. Técnico: Osvaldo Ricardo, o Pezinho.
Por Savério Orlandi
Texto publicado no site www.verdazzo.com.br
A sociedade experimenta angustiada o ineditismo de uma situação onde se encontra com protagonismo no desenrolar de uma página dentro da história da humanidade, para a qual a responsabilidade de cada um de nós se traduz em fazer a sua parte e somar esforços, pois não há espaço para divisão, caracterizada por qualquer diferença, que possa ser conjugada em circunstâncias como as atuais.
O mundo em compasso enfrenta aturdido a crise diante de um cenário que põe todos no mesmo barco, tornando os entes civis ao mesmo tempo credores e devedores de direitos e obrigações.
O abalo no negócio dos esportes será da ordem de U$ 15 bilhões, segundo estudo da Sports Value, sendo certo que o futebol, levado à reboque ao encontro de tempos mais do que difíceis, se verá confrontado por problemas de diversas ordens, urgência no reposicionamento de médio e longo prazo em face da nova realidade inimaginável e de consequências ainda incalculáveis, e também sugerindo, ainda que supletivamente, a identificação de algumas oportunidades.
Enfim, o momento reclama muita sabedoria. Nenhuma demanda ordinária do mal estruturado futebol brasileiro tem lugar nesse momento. Não há nada de “dantes” que importe agora. Os debates sobre o calendário, a adoção do “fair play” financeiro, modelos para clubes empresa, ficam temporariamente sobrestados em face dos desafios prementes, afinal, muitas questões mediatas, das mais variadas espécies recorrentes no dia a dia dos cubes, hão de ser solvidas.
Os clubes que dispõem de equipamentos e atividades sociais, tem por um lado a necessidade de considerar o seu custeio, contudo, não se esquecendo do impedimento quanto à fruição plena pelos seus membros associados, o que poderia garantir a possibilidade de adesão a diferimentos de contribuições sociais com alguma carência, além de forma e data para retomada dos pagamentos razoavelmente determinada, pensando ainda em eventual redução para todos os associados por breve hiato temporal, aderentes ou não, para compensar a suspensão do uso.
Programas de “sócio torcedor” dos clubes podem ser até um fator de reação, as coletividades em geral, se convocadas, buscarão como sempre meios para responder, devendo para tanto serem contemplados diferimentos e benefícios, seja na manutenção como na adesão dentro de um período futuro a ser estipulado; pela via oblíqua, cria-se a oportunidade para o incremento ou resgate de programas repaginados que possam se revelar, na prática, em verdadeiro “jogo de ganha-ganha”, sentido existencial dessa natureza de relacionamento.
Questão complexa envolverá a afluência do torcedor, seja quanto ao consumo de produtos dos clubes que será diretamente impactado, como especialmente no tocante a situações derivadas da diminuição de bilheteria e a forma da futura precificação adotada no retorno, que devem ser previamente imaginadas pelos gestores considerados os dados objetivos já existentes como a evidente redução do número de jogos e a evasão de presença como consequência de questões econômicas e preventivas relacionadas à saúde, e também quanto às variáveis, entre elas a eventual originação, ainda que transitória, de um novo meio social que imponha, por exemplo, a limitação do número de espectadores por partida e, via de consequência, do público pagante.
Um aspecto que notadamente afetará de modo negativo os clubes de futebol serão os contratos em geral derivados dos relacionamentos “comerciais” em sentido amplo, neles incluídos os seus patrocinadores, a televisão, as competições, entre outros… as relações no Brasil, em sua quase totalidade, são muito verticais, deixando pouca margem de manobra, devendo se priorizar as negociações em bloco perante os entes federativos e os detentores dos direitos de transmissão, tratando-se em separado os ajustes individuais com os respectivos patrocinadores, a quem se recomenda aos dirigentes deles pleitear a sempre manifestada condição de “parceiro do clube”.
Naquilo que se relaciona às obrigações fiscais e trabalhistas em geral, como nem poderia ser diferente, os administradores e suas assessorias certamente hão de se valer dos atos normativos que vem sendo (e ainda serão) publicados em profusão, destinados às várias regulamentações necessárias para ultrapassar um quase estado de exceção, excluindo-se aqui, a título sugestivo, os “contratos especiais de trabalho” dos jogadores profissionais de futebol.
Efetivamente, trata-se de um tema bastante espinhoso, a uma porque os encargos com o elenco compõem a principal rubrica de despesa dos clubes e, a duas, pela sensibilidade necessária para construir um entendimento com os jogadores sem ferir direitos e/ou suscetibilidades entre as partes… ouve-se, isoladamente e a distância, a alegada disponibilidade do atleta, que entende estar apto à entrega da sua parte, impedido porém pelas circunstâncias; ora, será esse conceito absoluto ou deve (e pode) ser relativizado? Apresenta-se neste aspecto, a ideia que sim, o que permitiria, dando legitimidade, as reduções de vencimentos por determinado lapso temporal.
Como já temos visto em casos análogos ao redor do mundo e em alguns por aqui, não aparenta qualquer desacerto se tentar trilhar consensualmente esse caminho até o alcance de acordo coletivo validado, sendo imperioso às duas partes da relação contratual, neste momento, ter a convicção de que a redução configura solução justa, oportuna e adequada à hipótese.
Contratos, em sua essência, materializam a parte instrumental de uma operação econômica servindo-lhe como veículo, e justamente por externar seu conteúdo, se baseiam em sua origem no equilíbrio das prestações que através deles são e serão devidas, bem como na previsão das margens de ganho e perda para cada qual dos contratantes.
Assim, o equilíbrio contratual pode ser rompido pela frustação da previsão inicial tornando uma prestação de obrigação, no momento da execução, flagrantemente mais gravosa do que era no momento em que surgiu, o que academicamente se denomina “onerosidade excessiva”, desde que por consequência de fato superveniente à formação do contrato, de caráter extraordinário e imprevisível à conjugação das partes no momento em que se deu a contratação, evidenciando o fato que a doutrina caracteriza como teoria da imprevisão, vale dizer, exatamente a “curva” em que tais contratos se encontram hoje.
Nesta condições, revestidos de legitimidade técnica e moral que permitem confortável modo de aplicação, pode então ser idealizados os modelos para redução, por exemplo, “fechada” para os clubes onde não exista grandes distorções salariais, ou então não lineares para os clubes onde se verifique tal disparidade, casos em que uma opção razoável poderia ser a elevação gradual dos percentuais com observância da capacidade contributiva de cada atleta, de forma crescente e escalonada em relação aos valores dos seus vencimentos.
Existem as alternativas, ainda que sobrem as contingências; o quadro requer massa pensante, exigindo das diretorias serenidade, inteligência e adoção coordenada de muitas providências. Que tenham coragem, tenacidade e um pouco de sorte… E, ao final, que tenham sucesso!
SAVÉRIO ORLANDI é advogado na capital paulista, sócio filiado e consultor jurídico da ABEX (Associação Brasileira dos Executivos de Futebol), Membro do Conselho Deliberativo e do Conselho de Orientação e Fiscalização, Ex-Diretor de Futebol (07/10) da Sociedade Esportiva Palmeiras, Pós Graduado em Direito Empresarial pela PUC-SP, onde também se graduou.
Esse gol de Ghiggia na final da Copa de 1950 marcou a carreira de Barbosa
Matéria publicada no site da FPF, por Luiz Minici
Há exatos 20 anos, o Brasil perdia um dos maiores goleiros da história do futebol nacional: Barbosa, vítima de uma parada cardiorrespiratória no dia 7 de abril de 2000. Oriundo do solo paulista, o ex-arqueiro carregou o fardo pelo gol do uruguaio Ghiggia, na final da Copa do Mundo de 1950. Nada que apagasse uma carreira brilhante.
Nascido em Campinas, no dia 27 de março de 1921, Moacir Barbosa Nascimento iniciou a sua carreira no Clube Atlético Ypiranga, na capital paulistana. De lá, transferiu-se para o Vasco, em 1945, onde marcou uma década com as cores do clube carioca, conquistando os títulos dos estaduais de 1945, 1947, 1949, 1950, 1952 e 1958, além do Torneio Rio-São Paulo de 1958 e do Sul-Americano de 1948.
Um dos principais arqueiros da época, Barbosa foi o responsável por defender a meta canarinha na Copa do Mundo de 1950, realizada no Brasil. Na final contra o Uruguai, o selecionado local foi superado pelos uruguaios, por 2 a 1, e o ex-goleiro ficou marcado pelo gol de Ghiggia, que decretou o título celeste.
Ao todo, pela Seleção Brasileira, Barbosa colecionou 20 jogos, com um retrospecto de 14 vitórias, dois empates e quatro derrotas, tendo sofrido 22 gols. Após a participação no mundial de 1950, defendeu o selecionado verde e amarelo em apenas mais uma partida, contra o Equador, em 1953.
Após deixar o Vasco, em 1955, vestiu as cores do Santa Cruz e do Bonsucesso até se aposentar do futebol em 1962, com a camisa do Campo Grande, do Rio de Janeiro.
Um dos principais cronistas brasileiros, Armando Nogueira, foi responsável por uma homenagem em forma de um texto brilhante: Certamente, a criatura mais injustiçada na história do futebol brasileiro. Era um goleiro magistral. Fazia milagres, desviando de mão trocada bolas envenenadas. O gol de Ghiggia, na final da Copa de 50, caiu-lhe como uma maldição. E quanto mais vejo o lance, mais o absolvo. Aquele jogo o Brasil perdeu na véspera.
Títulos conquistados por Barbosa pela Seleção Brasileira:
Copa Roca (1945)
Copa Rio Branco (1947, 1950)
Campeonato Sul-Americano (1949)
Na foto de Filipe Rodrigues do Globoesporte.com, David Batista comemora seu golaço diante do XV.
O EC Taubaté está bem perto de garantir sua vaga para fase de mata-mata do campeonato paulista da série A2.
Depois da vitória por 1 a 0 sobre o XV de Piracicaba no último sábado (14), a equipe ocupa a vice-liderança do campeonato com 21 pontos ganhos.
O líder com 22 pontos é o São Bernardo. Vão se classificar para segunda fase do torneio os 8 melhores dessa fase em disputa. Ano passado com o mesmo regulamento, o oitavo colocado se classificou com 19 pontos ganhos.
Então, seguindo essa linha, o Burrão já pode até comemorar a vaga.
Faltam ainda 3 rodadas para terminar a primeira fase e o Taubaté tem a vantagem de fazer 2 jogos como mandante. Se a FPF não suspender o campeonato por conta da Pandemia do Coronavírus, o time jogará no Joaquinzão contra o Red Bull dia 21 e contra o São Bernardo dia 28 e sairá para enfrentar o Sertãozinho dia 25 deste mês de março.
Depois de um bom início de campeonato quando chegou a liderar a competição, a equipe caiu de mais o que causou a troca de técnico. Saiu Ivan Izzo e chegou o experiente e vencedor João Valim.
Agora a equipe retomou o caminho das vitórias e está invicta a 4 rodas com 3 vitórias e 1 empate.
A batalha ainda é grande, mas o time vai dando mostrar que esse ano irá mesmo brigar pelo acesso e levar o Taubaté de volta ao Paulistão, campeonato que o Burrão não joga desde 1984 quando foi rebaixado.
Boa sorte Burrão.
O EC Taubaté passará a ser comandado a partir do jogo de hoje (21/02) contra o Juventus pelo experiente técnico João Valim. Partida será no Joaquinzão.
Ele estará no banco de reservas para fazer o time jogar aquilo que se esperava antes do campeonato começar. Com um time de medalhões já acostumados a conquistas esperava-se bem mais dentro de campo do Burrão. Até porque fora de campo da diretoria está fazendo de tudo para dar tranquilidade ao elenco.
O recém demitido técnico Ivan Izzo não conseguiu fazer o time jogar bola. E convenhamos foi uma aposta errada do sr Carlos Arini, gerente de futebol do time. Já na Copa Paulista do ano passado o resultado não foi bom. Insistiu com ele para a A-2 e depois de 7 rodadas e um time travado dentro de campo veio a mudança.
Valim é um dos chamados Rei do Acesso no interior de São Paulo. Sua mais recente e importante conquista foi o vice campeonato da A-2 em 2019 com a Internacional de Limeira.
O homem conhece desses campeonatos. Foi uma excelente contratação. Agora é ver o resultado dentro de campo.
O burrão tem mais 8 jogos para fazer nessa fase classificatória do torneio. E quer mesmo o acesso e voltar a jogar o Paulistão, coisa que não acontece desde o ano de 1984.
© 2019. Futebol do Vale por Antonio Carmo.